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Sala de aula eficaz

Dia da Abolição: a literatura como ferramenta antirracista

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REDAÇÃO RHYZOS
11/05/2023

Não muito tempo atrás, a retratação de pessoas negras na literatura brasileira era tão problemática que acabava virando uma forma adicional de perpetuação do racismo. Narrativas que cunhavam personagens negros em contextos de submissão ou violência e descrições pejorativas sobre suas características físicas eram ainda mais recorrentes. 

Qual é o resultado disso? 

A valorização da cultura negra –  afrobrasileira e africana – não acontecia na escola. Educadores e alunos eram involuntariamente habituados a um distanciamento racial e contexto de desigualdade. Pudera: na literatura canônica, o negro é tratado sob o ponto de vista branco, masculino, eurocêntrico, muitas vezes como tema da obra, e não como protagonista. 

Mas essa realidade parece estar mudando, embora ainda haja um longo caminho pela frente. É o que mostramos a seguir – neste conteúdo alusivo ao Dia da Abolição, celebrado em 13 de maio. 

Diversidade narrativa e literatura antirracista 

Embora ainda longe do ideal, a presença do negro na literatura em  contextos de valorização das culturas e história africana e afrobrasileira ganha crescente destaque ─ principalmente por causa da maior visibilidade de autores negros e autoras negras nos últimos anos. 

É o caso de Conceição Evaristo, autora em que a maioria das obras são protagonizadas por mulheres negras. Também podemos mencionar alguns romances vencedores das últimas edições do Prêmio Jabuti, como Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (2019), e O Avesso da Pele (2020), de Jeferson Tenório

Leia mais: “Professores e gestores precisam ter um olhar racializado”

Levando em conta seu papel de agente transformador da sociedade, é importante que a escola seja um espaço em que as narrativas negras sejam ouvidas, contextualizadas e debatidas. Em outras palavras: a escola deve promover a diversidade de autores e obras para estimular não só uma literatura como também uma educação antirracista.

“No cotidiano escolar, deve-se ter um diálogo constante das relações étnico-raciais em todos os seus aspectos, para que os alunos não construam uma visão sobre o outro de inferioridade, de pessoas as quais eles acham que não deveriam ter direitos”, afirma a pedagoga Viviana Santiago, do setor de diversidade e inclusão do Instituto Moreira Salles, em entrevista ao portal Rhyzos.

Leia mais: bell hooks e o incentivo à pedagogia engajada

Mas pouco adianta introduzir temáticas africanas e afro-brasileiras sem o devido preparo: é necessário capacitar os professores como mediadores de leitura, escreve Débora Cristina de Araújo, professora de Educação das Relações Étnico-Raciais da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), no artigo As relações étnico-raciais na literatura infantil e juvenil, que analisou uma série de estudos sobre o assunto. 

“O acúmulo de conhecimentos e estratégias para o enfrentamento do racismo no discurso pedagógico (que é produzido também por estudantes) possibilitará um campo mais propício de recepção da literatura para além do cânone”, justifica Débora.

Aos professores, cabe pensar “fora da caixa” e entender a importância de levar para a sala de aula obras que representem a diversidade brasileira, com protagonistas e autores de diferentes raças e gêneros. Afinal, essa diversidade está representada em escolas de todo o Brasil. O resultado dessa construção é benéfico para todos, com a construção de uma sociedade mais justa, tolerante, e em prol da equidade.

Confira uma lista de autores negros que você precisa conhecer (e seguir nas redes sociais)

Você também pode conhecer mais sobre autores brasileiros que já faleceram, como Lélia González, Lima Barreto, Abdias Nascimento, Machado de Assis, Carolina Maria de Jesus, Milton Santos, entre outros. E se tiver outras sugestões de literatura antirracista, não deixe de escrever para a gente!

Leia mais: Como adotar práticas antirracistas em sala de aula


Tem uma sugestão de pauta? Quer compartilhar sua experiência em sala de aula, coordenação ou direção escolar, inspirando outros professores e gestores? Então escreva pra gente! Você pode fazer isso usando a caixa de comentários abaixo. Ou através de nossas redes sociais – estamos no Facebook, no Instagram e no LinkedIn.  

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