O “S” de ESG – e o que isso significa para a educação
DANIEL SANES
17/05/2023
Hoje em dia é impossível falar em gestão responsável na educação sem mencionar a sigla ESG. As três letras correspondem às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização (do termo original em inglês, Environmental, Social and Governance). Geralmente, o termo ESG é associado ao mundo dos negócios, mas nada impede que outras áreas – incluindo a educação – venham a adotá-las como parâmetro para implementar políticas inclusivas, éticas e sustentáveis.
A expressão foi utilizada pela primeira vez em 2004, no relatório “Who Cares Wins”, publicado pelo Pacto Global em parceria com o Banco Mundial. De forma resumida, pode-se dizer que a ideia foi colocar contra a parede as empresas que defendem o chamado “lucro pelo lucro”, sem nenhuma preocupação com o planeta ou com o bem-estar das pessoas.
As políticas ESG estão totalmente alinhadas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) cujo propósito é erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir que todos os cidadãos possam desfrutar de paz e de prosperidade. Essas medidas, firmadas por 193 países, ajudaram a estabelecer o plano global conhecido como Agenda 2030.
Para atendê-la, seria necessário cumprir nos próximos anos as seguintes metas:
- Erradicação da pobreza
- Fome zero e agricultura sustentável
- Saúde e bem-estar
- Educação de qualidade
- Igualdade de gênero
- Água potável e saneamento
- Energia limpa e acessível
- Trabalho decente e crescimento econômico
- Indústria, inovação e infraestrutura
- Redução das desigualdades
- Cidades e comunidades sustentáveis
- Consumo e produção responsáveis
- Ação contra a mudança global do clima
- Vida na água
- Vida terrestre
- Paz, justiça e instituições eficazes
- Parcerias e meios de implementação
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Aulas bilíngues na comunidade
Considerando as metas da ONU e sua conexão com ESG, percebemos que, de certa forma, a educação tem a ver com todas elas. Mas é na letra S que consegue revelar seu verdadeiro potencial. Como agente de transformação, a escola pode mudar a vida dos estudantes e também da comunidade ao seu redor.
O S de ESG, então, nada mais é que a promoção da responsabilidade social. Essa estratégia valoriza práticas que incentivem a diversidade e a inclusão, e dialoga diretamente com um dos principais objetivos da Rhyzos Educação: disponibilizar o conhecimento para o maior número de pessoas possível.
Um bom exemplo disso é a introdução do Twice, sistema de ensino bilíngue da holding Rhyzos Educação, na Casa do Zezinho. A ONG de contraturno escolar está localizada na comunidade do Capão Redondo, periferia de São Paulo (SP). Desde 2022, cerca de 200 crianças em situação de vulnerabilidade social participam de aulas e atividades bilíngues, tendo o inglês como segundo idioma.
Além de desenvolver competências socioemocionais e entrar em contato com culturas diferentes, os “zezinhos” ganham a perspectiva de um futuro mais promissor. De acordo com uma pesquisa realizada pelo site Catho, profissionais com domínio da língua inglesa podem receber salários até 70% maiores do que aqueles que não são fluentes.
“Aqui, o inglês chegou como um expansor de oportunidades, permitindo às crianças reconhecerem que elas têm um poder transformador”, reflete a professora Laura Feitoza, responsável pela aplicação do método Twice na Casa do Zezinho. “Hoje, elas [as crianças] são capazes de reconhecer o que têm de bom e qual sua relação consigo mesmas, com o outro e com o entorno.”
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Ensino bilíngue em escola pública
Também em 2022, o Twice chegou ao Centro Bilíngue Integral de Ensino Fundamental de Pilar, município da Região Metropolitana de Maceió (AL). Uma parceria com a prefeitura viabilizou o fornecimento de livros para 60 alunos do primeiro ano, além de material didático e uma plataforma de treinamento para os professores entenderem como integrar o bilinguismo às atividades do dia a dia.
Pioneiro no Brasil, o projeto na cidade alagoana inclui duas supervisões agendadas por ano, com palestras, workshops e acompanhamento de aulas. Também conta com suporte online permanente.
“Todos sabemos da importância de falar um segundo idioma no mercado de trabalho. A iniciativa da prefeitura de Pilar é fundamental para a preparação das crianças da rede municipal de olho no futuro”, diz Maria Cláudia Amaro, fundadora da Rhyzos – e ex-presidente do conselho da TAM Linhas Aéreas.
Atingir os 17 ODS da ONU até 2030 pode parecer uma utopia. Mas não é motivo para as organizações educacionais deixarem de fazer a sua parte. Cada vez mais, a sociedade dá valor às políticas ESG e, por consequência, ao empenho das instituições que trabalham em prol de suas comunidades.
Na educação, uma forma de fazer isso é apresentar o bilinguismo para crianças que sequer sonhavam um dia em aprender uma nova língua. E, no que depender da Rhyzos, a Casa do Zezinho e o município de Pilar foram apenas os primeiros a terem essa oportunidade.
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