2ª Jornada CriAtiva: os benefícios do ensino bilíngue
ANA CAROLINA STOBBE
01/11/2022
Estima-se que pelo menos 1.200 escolas privadas ofereçam um sistema de ensino bilíngue no Brasil. O modelo vem crescendo não necessariamente por moda, mas em razão das vantagens (e necessidades) cada vez mais evidentes. Em um mundo globalizado, hiperconectado e STEM – sigla em inglês para as áreas de Ciência, Engenharia, Matemática e Computação, que compõem as chamadas “profissões do futuro” –, falar um segundo idioma será mandatório.
“Mais da metade dos estudantes de hoje vão atuar em profissões que ainda não existem. É preciso pensar em como prepará-los para isso. E o bilinguismo é uma das estratégias”, afirmou Vicente Vieira, co-fundador da Manifesto Games.
Vieira foi um dos palestrantes da 2ª Jornada CriAtiva Rhyzos Educação, evento gratuito e online que busca conectar educadores do ensino básico aos conhecimentos de professores e pesquisadores Brasil afora.
Ao longo de três dias de evento, entre 25 e 27 de outubro de 2022, os convidados apresentaram insights relevantes sobre o processo de aprendizagem de crianças e adolescentes, compartilham experiências pessoais e abordaram as mais modernas e eficientes práticas de ensino e de gestão escolar.
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Quebrando tabus
Caroline Siqueira é coordenadora da Jardim Escola Balãozinho Mágico, em Natal (RN). Uma das vantagens da instituição é a parceria com o sistema de ensino bilíngue TWICE. Por meio dele, os estudantes são imersos na língua e na cultura inglesa desde o berçário até o final do Ensino Fundamental I.
Ela lembra que, entre os mitos que envolvem o ensino bilíngue, está a desconfiança que crianças muito jovens tenham prejuízos no aprendizado da língua materna ou que não consigam compreender um segundo idioma. Mas isso está longe da verdade.
Conforme a professora Lígia Gomes do Valle, a introdução ao bilinguismo deve ser realizada o quanto antes no processo de escolarização:
“Antes dos 7 anos de idade, o cérebro da criança está muito mais apto à neuroplastia, muito mais ativo. Isso auxilia muito na aquisição de idiomas”.
Segundo Carolina, a evolução das crianças da Balãozinho Mágico é nítida. Apesar disso, a escola ainda se preocupa em romper com os receios dos pais e responsáveis. Daí a realização semestral de aulas abertas para que eles possam compreender como funciona a metodologia. “[Os pais] ficam encantados com a forma lúdica com a qual os assuntos são abordados, utilizando diferentes recursos para abranger as diversas maneiras de aprender”, pontua.
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Outro benefício do ensino bilíngue, apontado por Carolina Siqueira, está no campo da cognição. Afinal, as disciplinas da escola não são trabalhadas de maneira isolada, mas integradas. Se um aluno aprendeu sobre algo na aula de História, mas não compreendeu completamente o assunto, consegue ter uma melhor dimensão quando o mesmo tema é abordado também nas aulas de inglês, por exemplo.
Tecnologia como apoio
Para encarar a realidade do pós-pandemia, a tecnologia precisa estar inserida na educação. É o que reforça Vicente Vieira, da Manifesto Games. “Paulo Freire comentava muito sobre a importância de o ensino passar necessariamente pelo reconhecimento da identidade dos alunos. Hoje, essa identidade tem como uma das facetas o relacionamento digital e as tecnologias”, diz.
Nesse sentido, o destaque vai para a gamificação – excelente recurso para o processo de ensino bilíngue. Trata-se da adaptação de conteúdos, serviços e atividades para o formato de jogos – o que cria uma experiência mais eficaz e imersiva aos estudantes.
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