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Opinião

Aprendizagem imersiva, uma tendência na educação infantil

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MARIA CLÁUDIA AMARO 
12/09/2022

Ao longo dos anos, a educação infantil passoui por importantes marcos. Entre eles, a mudança de objetivos ligados a essa etapa de ensino (em seus primórdios, ela era muito mais atrelada à questão do cuidado do que à educação em si) e também à formação dos profissionais que atuam na faixa etária que vai de zero a cinco anos – cujo perfil foi se profissionalizando e continua nesta crescente até hoje.

No mundo pós-pandemia, um outro marco relevante diz respeito à utilização de tecnologias inovadoras sendo aplicadas também no ensino dos pequenos, a chamada aprendizagem imersiva. Por muito tempo, essa estava entre as tendências na educação para o ensino de idiomas. Muitas escolas de inglês, por exemplo, faziam experiências de imersão, em que alunos e professores falavam apenas em inglês durante uma saída de campo.

Leia mais: Pesquisa investiga cultura maker nas escolas brasileiras

Os resultados obtidos a partir dessas iniciativas estão sendo levados agora para as salas de aula de todas as faixas etárias e inseridos também nos planejamentos dos professores atuantes na Educação Infantil. Mas, afinal, o que é aprendizagem imersiva?

Este tipo de estratégia pressupõe a utilização de tecnologias inovadoras para complementar o que é lecionado dentro dos métodos tradicionais, de forma a induzir os alunos a produzirem questionamentos e, assim, expandirem a absorção de conhecimento. E são muitas as ferramentas a serem utilizadas com esse objetivo: Realidade Aumentada, Realidade Virtual e Vídeo 360º. 

São inovações que mudam a perspectiva da criança, colocando-a em um papel muito mais ativo do seu próprio aprendizado (estimulando a mão na massa, literalmente), por meio de ferramentas que potencializam os métodos tradicionais. Isso é essencial em um cenário em que está cada vez mais desafiador manter as crianças interessadas e com foco em uma mesma atividade. A motivação e o engajamento dos alunos é notável diante da tecnologia justamente por conta de seu protagonismo no aprendizado.

Outro benefício do aprendizado imersivo é que ele permite ao professor olhar para as individualidades de cada aluno. O papel do profissional muda com o uso de ferramentas: ele não tem mais o objetivo de centralizar as atenções, mas sim deixar que os alunos sigam sua curiosidade e sua vontade de explorar, adotando uma postura direcionadora. Isso faz com que haja ainda mais proximidade entre crianças e professor, afinal, todos estão fazendo descobertas juntos.

Leia mais: Pesquisa da McKinsey revela impactos da tecnologia na educação

Assim, com o suporte das tecnologias, fica mais fácil ter um olhar individualizado sobre cada aluno: há aqueles que têm mais facilidade para trabalhar com a lógica, alguns são mais extrovertidos do que outros. Quanto menos abordagens educativas, mais complicado atender diferentes necessidades. Desse modo, com o suporte de ferramentas diferenciadas, a prática pedagógica se torna mais produtiva e fértil.

Do lado do professor, sabemos que é preciso haver uma mudança de cultura. É preciso compreender que as formas de ensinar precisam ser complementadas diante de tanta transformação digital, afinal, este é o mundo no qual as crianças de hoje já nascem inseridas. E os professores que conseguirem modernizar seus planejamentos e inserir o uso da tecnologia no seu dia a dia perceberão o quanto isso é produtivo.

Para que o aprendizado imersivo aconteça, é essencial promover o letramento digital dos professores. Ressalto que o maior desafio não é levar a tecnologia para a sala de aula, mas preparar o professor para manipular as ferramentas disponíveis, deixando-os seguros para utilizá-las e incorporá-las organicamente em suas ações, com o intuito de capitalizar esses recursos em sala de aula para reter a atenção dos alunos e abordagem acolhedora, que contemple inclusive o “não gostar” e ofereça diferentes possibilidades de aprendizagem é o que possibilita o envolvimento real.

Quando esse tipo de aprendizagem se popularizar, a Educação Infantil estará em um caminho assertivo de resultados com vistas para o futuro. Sem dúvidas, é uma tendência que deve se consolidar nos próximos anos.

Sobre a autora

Maria Cláudia Amaro é CEO da Rhyzos Educação.


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