Por que colocar os alunos no centro da aprendizagem é tão importante?
REDAÇÃO RHYZOS 10/08/2023
O Dia do Estudante foi criado em 11 de agosto de 1927, para marcar o centenário das primeiras graduações em Ciências Jurídicas e Sociais no Brasil.
Embora o País já contasse com cursos superiores desde 1908, a importância que o Direito teve para a educação na época (estimulando discussões políticas e culturais) acabou sendo determinante para a escolha da data ─ que, não por acaso, também celebra o Dia do Advogado. Dez anos depois, também em 11 de agosto, seria fundada a União Nacional dos Estudantes (UNE).
Por esses motivos, o Dia do Estudante é uma data para valorizar o protagonismo estudantil. Mesmo sendo a razão do processo educacional, por muito tempo os alunos foram submetidos a um sistema de aprendizagem passiva, no qual apenas recebiam informações. De protagonistas, os estudantes não tinham muito.
Mas essa visão tem mudado nos últimos anos. Por meio de novas abordagens e metodologias ativas, tais como a sala de aula invertida e a cultura maker, os estudantes são incentivados a aprender de forma autônoma e participativa, tornando-se responsáveis pela construção do próprio conhecimento.
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A BNCC e o protagonismo estudantil
Ter os estudantes como protagonistas ajuda a criar um ambiente educacional mais atrativo. A sensação de pertencimento aumenta o engajamento, que por sua vez resulta em um processo de ensino-aprendizagem mais eficaz.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) determina que o protagonismo estudantil deve ser estimulado desde a educação básica, em todas as áreas do conhecimento. Nos anos iniciais, permite que os alunos cheguem ao ensino médio com o suporte necessário para a construção de seu projeto de vida.
“É, também, no ambiente escolar que os jovens podem experimentar, de forma mediada e intencional, as interações com o outro, com o mundo, e vislumbrar, na valorização da diversidade, oportunidades de crescimento para seu presente e futuro”, afirma o texto da BNCC.
Algumas sugestões para a escola promover o protagonismo dos estudantes, de acordo com a BNCC:
- Autonomia: é importante deixar os estudantes organizarem seus estudos e definirem suas metas de aprendizagem;
- Currículo flexível: a Base Nacional Comum Curricular defende a diversificação das atividades e a flexibilidade do currículo, permitindo que os estudantes escolham temas de interesse e desenvolvam projetos próprios, dentro dos objetivos de aprendizagem propostos;
- Estímulo à participação: é importante criar espaços de diálogo, nos quais os estudantes possam expressar suas opiniões e preocupações em relação ao processo de aprendizagem e à gestão escolar;
- Metodologias ativas: transformar o ensino passa pela adoção de estratégias como Aprendizagem Baseada em Projetos, Aprendizagem Baseada em Problemas, gamificação, sala de aula invertida e outras que estimulem os alunos a vivenciarem situações reais;
- Interdisciplinaridade: a criação de projetos em diferentes áreas do conhecimento permite que os estudantes compreendam a inter-relação entre os conteúdos e apliquem seus aprendizados de forma integrada;
- Incentivo à liderança: é preciso criar oportunidades para que os estudantes assumam papéis de liderança em atividades escolares, como mediadores de debates e organizadores de eventos;
- Respeito à diversidade: a escola deve ser um ambiente inclusivo e respeitoso, onde todas as vozes e perspectivas sejam valorizadas.
Quando se fala em protagonismo estudantil, é óbvio que não se trata de uma receita de bolo. O importante é adaptar as estratégias de acordo com as características de cada turma, criando um ambiente que encoraje o desenvolvimento pleno de todos os estudantes.
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