2ª Jornada CriAtiva: como personalizar a aprendizagem?
ANA CAROLINA STOBBE
27/10/2022
Conciliar as diferentes realidades e necessidades em sala de aula não é nada fácil. Mas é indispensável. É nesse contexto que surge a personalização da aprendizagem – ou seja, a adaptação do ensino para que a aula faça sentido dentro da realidade dos estudantes.
O tema ganhou (ainda mais) fôlego depois da pandemia, à medida que a adesão das ferramentas tecnológicas cresceu no ensino básico. No entanto, é preciso lembrar que tecnologia e personalização não são necessariamente sinônimas. “A tecnologia veio por emergência e não com o objetivo de preencher lacunas e personalizar”, ressaltou o co-fundador da Layers Education, Danilo Yoneshige, durante o primeiro webinar da 2ª edição da Jornada CriAtiva Rhyzos Educação, realizado na terça-feira (25).
Gratuito e online, a 2ª edição da Jornada CriAtiva conecta educadores do ensino básico aos conhecimentos de professores e pesquisadores Brasil afora.
Ao longo de três dias de evento, entre 25 e 27 de outubro de 2022, os convidados trazem insights relevantes sobre o processo de aprendizagem de crianças e adolescentes, compartilham experiências pessoais e abordaram as mais modernas e eficientes práticas educacionais.
Personalização e autonomia
O primeiro dia do evento foi dedicado ao tema Personalização e autonomia: como qualificar a experiência de aprendizagem dos estudantes. Para Yoneshige, personalização é ir além da tecnologia. “Nem sempre os recursos tecnológicos estarão disponíveis. Estratégias como utilizar avaliações tradicionais para medir a aprendizagem ou o uso de metodologias ativas, como sala de aula invertida, também contribuem à personalização”, defendeu.
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A diretora de tecnologias educativas da Happy, Débora Inouye, também mencionou as metodologias ativas como ferramentas de personalização da aprendizagem, tornando-a mais significativa e memorável.
“Eu gosto de trabalhar por projetos. Uma vez, fizemos um hackaton em parceria com a P&G em que o objetivo dos estudantes era criar um aplicativo que auxiliasse a promover informações sobre saúde bucal. Foram mais de 300 projetos completamente diferentes. Era o mesmo tema, mas as soluções foram personalizadas, porque partiam justamente daquilo que mais despertava interesse em cada grupo de alunos”, contou Débora.
Além da já mencionada sala de aula invertida, outras metodologias eficazes para a personalização da aprendizagem são a gamificação, a Aprendizagem Baseada em Problemas e a Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL, na sigla em inglês).
Para a especialista da Happy, a personalização permite que os professores se conectem com os alunos. Estes, por sua vez, tornam-se protagonistas da própria aprendizagem, desenvolvendo competências e habilidades não apenas técnicas como também socioemocionais.
“Existe engajamento muito alto porque os alunos se conectam com o que estão estudando, veem sentido e se motivam muito mais. É um retorno ao prazer em aprender”, destacou.
Apesar da crescente popularidade das metodologias ativas, ainda há instituições de ensino resistentes ao seu uso. Para superar essa desconfiança, Danilo Yoneshige, da Layers, reforça a importância da formação continuada de professores – inclusive através das metodologias ativas. “Nem todos os que estão em sala de aula, hoje, aprenderam essa nova forma de ensinar”, concluiu.
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