3 dicas para aulas mais dinâmicas, práticas e ativas
NICOLI SILVEIRA 12/09/2022
Existe uma verdade sobre o mundo da educação que muitas vezes soa inconveniente, em especial para pais: os alunos não gostam de frequentar a escola – ao menos a maioria deles. Mas isso não é inteiramente culpa dos estudantes, e sim dos estímulos ao seu redor. Ou da falta deles.
Um relatório de 2018 da Gallup mostra que 47% dos alunos dos Estados Unidos estão de fato engajados com suas rotinas na escola. Mais de um quarto não se sentem engajados, e os demais são considerados “ativamente desmotivados”. Trata-se de uma realidade que fica ainda mais evidente à medida que o estudante avança pelos níveis escolares.
O longo período de aulas a distância, em meio à pandemia, agravou um cenário que já se mostrava desafiador. Ciente de que pais, professores e gestores escolares precisam olhar atentamente a esses obstáculos, a Rhyzos elenca a seguir três dicas para planejar e executar aulas dinâmicas, de modo a criar uma aprendizagem mais significativa.
1. Metodologias ativas e protagonismo do aluno
A Teoria da Escolha, proposta pelo psiquiatra americano William Glasser (1925-2013), destaca a importância da autonomia dos jovens para o desenvolvimento de cidadãos críticos, participantes e conscientes – e é essencial para aulas dinâmicas.
Sob a ótica da educação, Glasser estruturou uma pirâmide de aprendizagem, criando uma representação gráfica de como o conhecimento é absorvido. No topo, estão os métodos de aprendizado passivo, considerados menos eficazes. Na base, as estratégias de aprendizado ativo, alinhadas à Teoria da Escolha e consideradas mais eficazes.
A pesquisa de Glasser mostra que estudar com autonomia é mais produtivo do que insistir na memorização do conteúdo. Nesse contexto, atividades pedagógicas opostas ao modelo de aulas expositivas promovem o protagonismo dos estudantes.
É o caso da Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP ou PBL, na sigla em inglês), metodologia segundo a qual os alunos são instigados a identificar problemas a partir de temas sugeridos pelo professor. Assim, agem de maneira ativa e colaborativa em busca de soluções, colocando em prática o que foi aprendido. Os conteúdos inclusive extrapolam a sala de aula, sendo levados para a vida.
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2. Tecnologia: caminho sem volta
Com a pandemia, as tecnologias de educação a distância foram definitivamente incorporadas ao cotidiano de muitas escolas. E, mesmo com a retomada das aulas presenciais, permanece o entendimento de que esses instrumentos são peças-chave no desenvolvimento da aprendizagem.
Por isso, os educadores precisam trabalhar a tecnologia como uma aliada. Celulares, tablets e computadores são plataformas ideais para atividades pedagógicas como jogos educativos, pesquisas e realização de trabalhos, além de tornarem as aulas mais dinâmicas.
Além de capacitar adequadamente os docentes, as instituições de ensino devem traçar caminhos para a melhor utilização dos recursos disponíveis. É importante ter em mente, por exemplo, os objetivos que se busca atingir na hora de usar a tecnologia.
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3. Indicações extracurriculares
É difícil, hoje, que um estudante não tenha contato com elementos como cultura pop, serviços de streaming e redes sociais. Daí a importância de indicar filmes, livros, séries e até mesmo perfis no Instagram e TikTok que dialoguem com a matéria escolar trabalhada.
Tome-se o exemplo de indicar um documentário sobre algum teórico cujas descobertas estão sendo estudadas. Ou então um filme de história medieval, quando essa for a matéria em questão nas aulas de História. Estratégias assim ajudam a atrair o interesse do aluno e fixar melhor a aprendizagem – especialmente se houver atividades colaborativas em sala de aula.
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