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Investindo no futuro: a responsabilidade social das empresas

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REDAÇÃO RHYZOS
21/07/2023

Em um passado não muito distante, as escolas de administração defendiam que a maior responsabilidade social das empresas era aumentar os lucros. Foi isso o que aprenderam muitos dos gestores e executivos que estão atualmente no mercado. Como resultado, parte desses líderes realmente acredita que tem um dever apenas para com os acionistas, com pouca ou nenhuma responsabilidade para com as comunidades em que atuam. 

Aqui na Rhyzos defendemos que os negócios devem ser socialmente responsáveis. Mas isso significa ter um propósito além dos lucros – e que tal propósito pode, ao longo do tempo, beneficiar tanto os acionistas quanto as partes interessadas. 

De acordo com o Livro Verde da Comissão Europeia, que virou referência global no assunto, ser socialmente responsável implica investir na preservação do meio ambiente e na qualificação do capital humano. Isso seguramente implica investimento em educação

O investimento social corporativo em educação no Brasil vem crescendo desde a metade da década de 1990, quando o empresariado passou a se preocupar com a qualidade dos processos educacionais no País. 

Em 2021, esses aportes foram R$ 4,1 bilhões – o que representa 6,1% do total de investimentos sociais realizados por 180 empresas e 11 fundações e institutos corporativos, que integram o BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo). O problema, porém, é que os desafios da educação continuam imensos no Brasil.

Leia mais: Educação de qualidade: o que é o ODS 4 da ONU

A preocupante realidade brasileira 

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2022, 5,6% da população brasileira com 15 anos ou mais ainda não sabe ler ou escrever. São 9,6 milhões de pessoas analfabetas. É bem verdade que a taxa de analfabetismo caiu 0,5 ponto percentual entre 2019 e 2022, mas os indicadores ainda são bastante preocupantes no País.

Outro dado da pesquisa que chama atenção são as assimetrias no recorte por cor ou raça. Entre a população branca, a taxa de analfabetismo é de 3,3% para a faixa etária de 15 anos ou mais e de 9,5% para 60 anos ou mais. Entre pretos e pardos, os mesmos segmentos registram, respectivamente, percentuais de 8,2% e 27,2%. 

Já o Censo Escolar da Educação Básica, divulgado em fevereiro deste ano, indicou que 1,04 milhão de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos estão fora da escola

Vale lembrar que, entre 2019 e 2021, as matrículas em creches haviam caído 21,6% na rede privada e 2,3% na rede pública, em razo da pandemia. Em 2022, voltaram a crescer, chegando a 3,9 milhões, o que ainda é insuficiente. 

Para atender no mínimo 50% das crianças brasileiras de até 3 anos até 2024, como prevê o Plano Nacional de Educação, deveriam ser disponibilizadas em torno de 5 milhões de matrículas no ano que vem. No entanto, o governo já admitiu que dificilmente a meta será cumprida. 

Leia mais: As três escolas brasileiras que estão entre as 50 melhores do mundo 

Por que as empresas precisam investir em educação? 

A educação se propõe ao desenvolvimento do ser humano, englobando suas potencialidades, habilidades e competências. Ou seja, destina-se a formar cidadãos, para que eles possam melhorar a sociedade. 

Não há dúvida de que a educação exerce um poder transformador no que diz respeito à qualidade de vida das pessoas. O investimento em educação tem forte caráter social. Ao adotar a causa, portanto, a empresa fortalece o “S” (social) do ESG, sigla que definitivamente entrou no vocabulário corporativo.

Investir em projetos de educação, contudo, não significa apenas contribuir para melhorar os índices sociais do Brasil. Também significa investir nos profissionais que estarão ingressando amanhã no mercado de trabalho. 

Em outras palavras, as empresas estão investindo em seu próprio futuro.

Leia mais: O “S” de ESG – e o que isso significa para a educação

Uma das reclamações mais comuns do empresariado é sobre a falta de mão de obra qualificada no mercado brasileiro. Uma pesquisa recentemente divulgada pelo ManPowerGroup mostrou que essa escassez chegou a 81% em 2022, enquanto a média internacional é de 75%.  

Cabe lembrar ainda que existe hoje uma tendência de mercado, na qual os consumidores demonstram preferência por adquirir produtos e serviços com impactos positivos na sociedade e no meio ambiente. 

O estudo EY Future Consumer Index (FCI) 2022 sobre novos comportamentos do consumidor brasileiro revelou que 78% dos entrevistados dizem prestar atenção ao impacto ambiental daquilo que compram, e 77% estão atentos ao impacto social do que consomem. São dados eloquentes, que evidenciam uma mudança de hábitos e critérios de mercado que não podem ser subestimadas pelas empresas.

De que maneira as empresas podem ajudar?

Existem muitas maneiras de investir em educação. A experiência demonstra que a melhor maneira de atuar neste campo é apoiar e qualificar instituições do terceiro setor. Essas organizações não governamentais (ONGs) sem fins lucrativos, que não pertencem ao setor público nem ao privado, têm a expertise do investimento social. 

Historicamente, as ONGs dependem da colaboração de pessoas físicas e jurídicas para a captação de recursos que viabilizem suas ações sociais. Portanto, eis um ótimo propósito além dos lucros: sua empresa pode apoiar o grande mutirão em favor da educação de qualidade no Brasil ao patrocinar projetos sociais. 

Leia mais: Professora busca ampliar oportunidade de ensino no Capão Redondo


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