Projeto de vida no ensino médio: bom para alunos e professores
LILIANE MOURA 04/08/2022
Estabelecido por Medida Provisória em 2016, convertido em lei federal no ano seguinte e em vigor desde o início do ano letivo de 2022, o Novo Ensino Médio brasileiro inclui entre as novidades o chamado projeto de vida. Obrigatório, o componente curricular instiga o autoconhecimento, estimula o aumento do repertório e desenvolve o planejamento profissional com aulas e disciplinas em sintonia com os interesses de cada estudante.
Não se trata de uma receita de bolo – a escola não indica como o aluno deve agir e qual profissão escolher. Está mais para uma série de atividades reflexivas que resultam em ações personalizadas. “O objetivo final do projeto de vida é a formação de cidadãos independentes – na direção do que desejam. É como uma bússola que aponta o caminho a seguir”, explica a psicóloga e pedagoga Karina Nones Tomelin, professora do curso “Competências Socioemocionais para Docentes”, promovido pela Academia Rhyzos.
As escolas têm autonomia para trabalhar o projeto de vida dos estudantes – que pode até mesmo ser o eixo central em torno do qual organiza suas práticas. “É papel da escola auxiliar os estudantes a aprender a se reconhecer como sujeitos, considerando suas potencialidades e a relevância dos modos de participação e intervenção social na concretização de seu projeto de vida. É, também, no ambiente escolar que os jovens podem experimentar, de forma mediada e intencional, as interações com o outro, com o mundo, e vislumbrar, na valorização da diversidade, oportunidades de crescimento para seu presente e futuro”, diz o documento referente à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
As vantagens para o aluno
De maneira geral, o componente de projeto de vida desenvolve três pilares essenciais na formação do estudante. A saber:
- Pessoal;
- Social;
- Profissional.
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No âmbito pessoal, é imprescindível o aluno desenvolver o autoconhecimento, aprender a lidar com os seus sentimentos e reconhecer as próprias habilidades e dificuldades. Tudo isso para que o jovem faça metas para alcançar seus objetivos.
Além disso, o estudante deve ter a capacidade de atuar positivamente para o bem coletivo, desenvolvendo tanto ações individuais quanto coletivas que visam solucionar problemas que afligem a sua comunidade. Desenvolvendo, dessa maneira, o pilar social.
No aspecto profissional, por sua vez, o projeto de vida no ensino médio vai além de descobrir a vocação, decidir entre faculdade e curso técnico ou em qual instituição pretende estudar. O aluno também é estimulado a desenvolver competências para o mercado de trabalho do século 21, tais como: criatividade, trabalho em equipe, espírito empreendedor e capacidade de resolver problemas complexos.
As vantagens para o docente
Além dos aspectos positivos para os estudantes, também há vantagens para os professores que lideram o projeto de vida no Novo Ensino Médio. Entre elas, está a liberdade de desenvolver aulas mais atrativas e desafiadoras. Como consequência, espera-se um maior engajamento em sala de aula, aumento do nível de aprendizagem e diminuição da evasão escolar.
Ao transmitir o protagonismo da aula para o estudante, o educador também deixa de atuar como detentor do conhecimento e passa a ocupar uma posição de orientador e mediador, que aponta caminhos e tira dúvidas. O processo de ensino-aprendizagem, por sua vez, passa a ser ainda mais colaborativo. No componente projeto de vida, alunos e professores se desenvolvem juntos.
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