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Sala de aula eficaz

Como preparar a criança para o primeiro ano do Ensino Fundamental

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ANA CAROLINA STOBBE
31/01/2023

Aos 6 anos, Gabriel está prestes a entrar no Ensino Fundamental. Para muitas crianças, esse pode ser um período conturbado, cheio de angústias e preocupações. Para Gabriel, não. Principalmente por causa de sua mãe, a psicóloga e coordenadora escolar Cristiane Tkatch Niederauer. Faz tempo que ela vem lhe preparando para essa nova fase. 

“O Gabriel sabe que está pronto. Desde o início do último ano de Educação Infantil, em 2022, tenho conversado com ele para que entenda que vai ser um período bom e de muitos ganhos. Consegui criar uma expectativa nisso e percebo que ele terminou esse ciclo com chave de ouro”, comenta Cristiane. 

Leia mais: Escola como espaço de cura

Conhecendo a nova escola (ou espaço)

Na Escola Tarsila do Amaral, em São Paulo, tanto os alunos da Educação Infantil quanto os ingressantes no primeiro ano escolar que vieram de outras instituições passam por um período de adaptação

Segundo a coordenadora Patricia Bignardi, eles são convidados a conhecer os espaços da escola e as professoras antes do início do ano letivo. 

Cristiane também levou Gabriel para visitar o local em que ele estudará neste ano. Dessa forma, o ambiente não será inteiramente desconhecido, o que facilita a adaptação. Nesse momento, vale ressaltar os pontos positivos da escola, para que o interesse da criança em relação à nova etapa cresça. 

Gabirel: Partiu 1º ano. Crédito: arquivo pessoal.

Escutando a criança

Relações saudáveis são baseadas na comunicação. Com as crianças, não é diferente. Elas precisam ser respeitadas e compreendidas enquanto indivíduos com necessidades e sentimentos próprios. Isso envolve uma escuta ativa de suas dúvidas e pensamentos. Para uma conversa eficaz, é importante que a criança esteja em um ambiente seguro e no qual se sinta livre para se expressar como desejar. 

A ideia de Patricia de levar os novos alunos para conhecerem a professora do primeiro ano escolar é baseada na construção de afetos, algo essencial para a construção do conhecimento. Enquanto isso, Cristiane, mãe de Gabriel, acrescenta: “Vamos ter uma reunião de pais antes do início das aulas. Já avisei meu filho que ele pode me fazer perguntas para que eu as leve à professora. E, na volta, vamos conversar sobre o que for apresentado nesse encontro”.

Leia mais: Escolas inovadoras: o que elas fazem?

Sem pressão

No Ensino Fundamental, começam as atividades avaliativas. No entanto, a transição precisa ser gradual. “Existem escolas que iniciam desde cedo uma pressão para que as crianças tirem as melhores notas, mas mais importante do que isso é o prazer em aprender”, avalia Patricia.

Para que a mudança da Educação Infantil para o Ensino Fundamental seja efetiva e tranquila para os pequenos, o ideal é adaptá-los aos poucos. As avaliações devem ocorrer sem pressão e inseridas pouco a pouco na rotina escolar. Desse modo, o impacto não é tão abrupto. 

O papel das famílias 

A escola deve estar próxima das famílias de seus estudantes. Dessa forma, é mais fácil compreender o contexto em que os educandos estão inseridos e as forças podem ser somadas a fim de promover o apoio necessário para uma educação eficaz. 

Patricia ressalta que quando há uma dificuldade nas demandas, por exemplo, os familiares não podem brigar ou pressionar. “A melhor opção é trazer a família para dentro da escola, explicar como ela pode contribuir e de que maneira a criança está aprendendo. Caso ela não esteja conseguindo dar conta de tudo, a escola deve ser informada para saber como intervir da melhor maneira”, comenta. 

Leia mais: Quando os alunos conduzem reuniões de pais e professores, todos saem ganhando

Tenha paciência

Iniciar algo inteiramente novo não é tarefa fácil. Ainda mais quando uma mudança é brusca e você ainda não está acostumado a essa forma de adaptação. “Quando iniciamos em um novo local de trabalho ou nos mudamos de cidade, dá sempre um frio na barriga. Com as crianças, isso também acontece. E a criança pode demorar para se sentir acolhida”, explica Patricia. 

Por isso, é extremamente importante que a família seja paciente e dê suporte à criança. Caso ela tenha dificuldades em aceitar a nova fase, a escola saberá a melhor maneira de auxiliá-la nesse processo de autoconhecimento e adaptação. Se necessário, um profissional da psicologia também poderá prestar apoio. 

Leia mais: Reforço e recomposição escolar: essenciais à educação do presente


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