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Pandemia e TikTok aceleram o uso de telas entre crianças e adolescentes

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REDAÇÃO RHYZOS EDUCAÇÃO
24/05/2022

As crianças estão passando mais tempo em frente a telas agora do que antes da pandemia. Isso talvez não seja surpreendente, já que muitas atividades escolares e sociais migraram para a internet repentinamente há exatos dois anos. Quem diz isso é Mike Robb, diretor sênior de pesquisa da Common Sense Media, organização americana sem fins lucrativos que desenvolve projetos de educação para famílias desfavorecidas.

Entre 2015 e 2019, o uso de telas entre adolescentes com idades entre 13 e 18 anos havia aumentado 11%. Entre pré-adolescentes, de 8 a 12 anos, esse aumento era de apenas 3%. Com o distanciamento social da Covid-19, no entanto, foi preciso cancelar encontros, atividades ao ar livre, eventos esportivos. Como resultado, entre 2019 e o fim de 2021, a utilização de telas entre adolescentes e pré-adolescentes aumentou mais de 17%.

Os números constam num relatório divulgado recentemente pela Common Sense Media. Em reportagem publicada na EdSurge, Robb explica que o momento é de oportunidade para que pais, educadores e as próprias crianças pensem de maneira intencional sobre os conteúdos, seu contexto e a maneira como são abordados pelas mídias.

Conforme a ONG, adolescentes passam oito horas e 39 minutos por dia em frente a computadores, smartphones e televisores. Com pré-adolescentes, os índices são menores, mas ainda assim robustos: cerca de cinco horas e meia por dia. “É muito!”, observa Robb, ao EdSurge. “Isso não nos diz necessariamente o que eles estão fazendo com esse tempo de tela, mas reforça a necessidade de estabelecer um equilíbrio saudável e pensar mais criticamente sobre o que as crianças estão assistindo e se envolvendo.”

A pesquisa envolveu cerca de 1,3 mil entrevistados e foi concluída em setembro de 2021. Naquele momento, muitos alunos estavam retornando à escola presencial nos Estados Unidos. Desde então, é provável que tenha havido uma queda na média diária do uso de telas, embora Robb afirme não ter percebido evidências de uma redução considerável.

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Nem tudo é culpa da pandemia

Ainda que dois anos de distanciamento social tenham reconfigurado a rotina de milhões de pessoas, a hiperexposição de crianças e jovens às telas não deve ser atribuída integralmente à Covid-19. Segundo Robb, não se deve descartar o surgimento de plataformas como o TikTok – que possuía poucos usuários em 2019 e, em setembro de 2021, havia superado 1 bilhão de contas ao redor do mundo.

Embora o TikTok seja tecnicamente classificado pela Common Sense Media como vídeo online, e não como mídia social, tanto uma categoria quanto a outra ocupam uma parcela significativa no dia a dia das crianças – que preferem ferramentas como TikTok e YouTube a qualquer outra mídia.

Separadamente, uma pesquisa realizada pela Forrester no final de 2021 descobriu que 63% dos adolescentes usavam o TikTok semanalmente e indicou que o crescimento da rede estava tirando participação de mercado de plataformas rivais. Entre elas, até mesmo o Instagram. No geral, o uso de mídia social não teve um aumento maciço nos anos de pandemia, mas manteve sua trajetória ascendente, sobretudo entre pré-adolescentes. Em 2019, apenas 13% desse público usava mídias sociais todos os dias, sendo que 31% declarou ter usado pelo menos uma vez. Atualmente, 18% têm contas ativas e 38% já experimentaram alguma dessas redes sociais.

“Toda vez que fazemos uma pesquisa, esses índices aumentam. Mas essas plataformas não foram feitas para crianças pequenas, nem mesmo para pré-adolescentes. Eles mal são feitos para adolescentes”, critica Robb. Para o executivo da Commom Sense Media, além de haver senso crítico em relação ao que é assistido, é fundamental equilibrar o tempo de uso dessas ferramentas com sono adequado e atividades ao ar livre, entre outras experiências.

Cientes de sua influência, o TikTok lançou em 2021 campanhas para apoiar o conteúdo educativo no Brasil – com as hashtags #AgoraVocêSabe e #AprendaNoTikTok. “Atualmente, as pessoas recorrem ao TikTok não apenas para entretenimento, mas para aprender algo novo, adquirir uma nova habilidade, ou simplesmente se inspirar para fazer algo que nunca fizeram antes. Essa é uma tendência que o TikTok quer acelerar cada vez mais, tornando o ambiente de sua comunidade cada vez mais propício para a educação”, afirmou, à época, o gerente de Parcerias de Conteúdo do TikTok no Brasil, Ronaldo Marques.

Leia mais: O estímulo ao protagonismo do aluno na escola


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