2ª Jornada CriAtiva: como melhorar a gestão escolar no pós-pandemia?
ANA CAROLINA STOBBE
31/10/2022
A escola, enquanto instituição privada, é também um negócio. Como tal, precisa se mostrar rentável para garantir sua sustentabilidade e seu funcionamento.
Acontece que, como é de amplo conhecimento, a pandemia foi um duro golpe às escolas. A suspensão de atividades e deslocamentos presenciais, justamente com o ensino remoto em massa, fizeram com que pais e responsáveis começassem a pedir reembolsos, descontos e até mesmo o abatimento integral das mensalidades. A evasão, a inadimplência e a inflação também prejudicaram o setor educacional.
Ainda que neste ano, pela primeira vez desde a pandemia, a maioria dos estudantes vai completar um ano letivo completo com aulas presenciais, a recuperação do prejuízo segue sendo um desafio para os gestores escolares. É o que afirmou Fernando Barão, sócio da Corus Consultores, durante o terceiro e último dia da 2ª Jornada CriAtiva Rhyzos Educação.
De acordo com o especialista, diferentemente do que ocorre em outros produtos e serviços, a competição no setor educacional está mais relacionada à qualidade do que com o preço. Por isso, a recuperação econômica deve levar em consideração o investimento em melhorias.
“Em um mercado tão pulverizado, é sempre a diferenciação que traz destaque a um negócio. No pós-pandemia, isso se tornou ainda mais evidente. A exigência dos clientes aumentou e oferecer soluções criativas é fundamental”, explica Barão.
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O case do Colégio Radial
Com a ajuda da Corus, o gestor escolar Mario Gomide implantou iniciativas criativas no Colégio Radial, localizado na capital paulista. E, agora, ele está colhendo os frutos desse investimento. Gomide avalia que, durante os últimos quatro anos, a instituição não apenas reverteu a perda de rentabilidade, aumentando assim os lucros.
Para obter esse resultado, o gestor delimitou quais seriam os objetivos e fez um estudo analítico sobre tudo que era oferecido no mercado. Tanto a concorrência quanto instituições no exterior entraram no estudo. Foi a partir desse mapeamento que o Colégio Radial criou soluções diferenciadas, que incluem:
- Investimento em tecnologia: o Colégio Radial substituiu os materiais pedagógicos físicos por ferramentas digitais. A escolha levou em consideração que o público-alvo da instituição (estudantes a partir do 5º ano do Ensino Fundamental) são nativos digitais e isso tornaria o ensino mais atrativo para eles;
- Gestão de recursos: para manter o modelo de negócios rentável, Gomide reorganizou o investimento de recursos. Assim, manteve os custos semelhantes aos que já existiam antes de implementar as melhorias;
- Distribuição de bolsas de estudo: ao invés de realizar provas para a oferta de bolsas de estudo, é realizada uma entrevista com o aluno. Primeiro, para que o estudante conheça o perfil da escola e, segundo, para que a instituição o conheça. A escolha é baseada na empatia, em que a família e o colégio compreendem as necessidades de ambos;
- Benefícios para quem paga o valor integral: as famílias que conseguirem pagar integralmente as mensalidades são abonadas dos valores das atividades extracurriculares. Dessa forma, os estudantes podem se inscrever gratuitamente em quantas desejarem;
- Diferenciais: para manter a escola competitiva e atrativa para novos estudantes, o Colégio Radial oferece viagens internacionais aos estudantes e a possibilidade de estarem em contato direto com a língua inglesa para além do período dedicado à disciplina.
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