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Sala de aula eficaz

5 estratégias de gerenciamento de sala de aula

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ANA CAROLINA STOBBE 
09/09/2002

A violência contra professores está aumentando. Segundo um estudo recente da Associação Americana de Psicologia (APA, na sigla em inglês), 60% dos docentes entrevistados relataram ter passado por algum episódio de agressão durante a pandemia. Como consequência, quase metade deles pensava em pedir demissão ou mudar de escola.  

No Brasil, a realidade é semelhante: 54% dos professores já sofreram algum tipo de violência nas escolas estaduais paulistas, conforme pesquisa do Instituto Locomotiva e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Situações assim tornam o gerenciamento de sala de aula fundamental.  

Afinal, é por meio dele que se cria um ambiente em que os educadores estarão efetivamente seguros – quanto mais prevenção a eventuais problemas de conduta, menores serão as chances de práticas de violência.  

A seguir, apresentamos cinco estratégias de gestão comportamental para apoiar a prática docente – de acordo com o eSchool News.  

1. Compreender os estudantes 

Conhecer cada estudante individualmente permite ao professor avaliar melhor a natureza dos problemas comportamentais, quando surgirem. Além disso, os alunos desafiam menos os docentes quando a relação entre ambos é baseada na confiança e na compreensão. Para construir esses laços, as atitudes e a comunicação exercidas pelo educador precisam refletir sua compaixão com os educandos. Isso é essencial para o gerenciamento de sala de aula.

Leia mais: “Não entender os alunos é a principal causa de afastamento dos professores” 

2. Praticar a paciência 

Já ouviu falar em “desapego racional”? Trata-se de uma importante habilidade cunhada pelo Crisis Prevention Institute (CPI), instituição global voltada ao treinamento para o convívio interpessoal. Na prática, nada mais é do que desenvolver a capacidade de gerenciar o seu próprio comportamento e as suas próprias atitudes, além de não levar as ações alheias para o lado pessoal.  

Em vez de pensar algo como “eu não posso mais aceitar esse desrespeito”, quando confrontado por uma má conduta em sala de aula, o professor que pratica o desapego racional pode ter reações mais positivas. Exemplo disso é se questionar: “Eu já vi isso antes e esse comportamento não é sobre mim. O que está motivando isso e como eu posso ajudar?”.  

3. Manter a calma 

O primeiro passo para colocar o desapego racional em prática é manter a calma. Quando professores se deparam com comportamentos desrespeitosos ou desafiadores, respirar fundo ajuda-os a relaxar e manter o silêncio. Assim, é possível avaliar melhor a situação.  

Quando um educador exagera em sua reação, a turma inteira prestará atenção nisso – e alguns estudantes tentarão se comportar assim novamente. Ao mesmo tempo, ignorar o problema não é solução: o descaso será compreendido como um recuo e uma renúncia da autoridade do educador.  

Gerenciamento de sala de aula: algumas estratégias podem fazer toda diferença.

Leia mais: Competências socioemocionais na formação de professores 

O segundo passo é simplesmente esperar, de maneira calma e silencio, enquanto assume uma postura de apoio e “cognição modelo”. Ou seja: mostrar que está pensando, refletindo. Uma reação nesse sentido é levar a mão ao queixo, indicando o gesto associado ao pensamento. A linguagem corporal oferece suporte, não ocasiona confronto e, mais importante, sinaliza uma determinação sem adicionar tensão a uma situação já volátil.  

Combinar essas duas medidas muitas vezes resolve o problema sem que o professor tenha que dizer uma única palavra. Alguns educadores relatam que, durante o silêncio, é comum que os estudantes retornem sozinhos aos seus lugares. Os professores podem, mais tarde, abordar o mau comportamento do aluno e estabelecer limites efetivos

4. Estabelecer limites efetivos 

Definir expectativas claras e consistentes para a sala de aula ajuda os estudantes a monitorarem seu próprio comportamento. O ideal é colocar todas essas “regras” num local visível, para que sirva de lembrete. Vale ressaltar que elas devem ser escritas em frases simples e positivas, endereçadas diretamente aos educandos, que expliquem o que eles podem fazer. Nesse caso, a regra “sem conversas paralelas” pode ser substituída por “por favor, levante a mão para falar”.  

5. Conhecer as causas do mau comportamento 

Em todos os casos, uma resposta adequada a um problema comportamental ocasionado por um estudante deve olhar para além da cadeia de eventos. É preciso estar atento às circunstâncias e aos gatilhos envolvidos nessas situações para prevenir incidentes. Se um estudante parece constantemente irritado ou desatento durante a manhã, talvez ele esteja com fome.  

Os educadores devem lembrar que o gerenciamento de sala de aula não serve apenas para evitar problemas interpessoais, mas também para criar um ambiente que impulsione o foco na aprendizagem  

Leia mais: O desenvolvimento socioemocional das crianças no contexto escolar 


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