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Prática docente

Alunos com deficiência: 5 dicas para uma educação mais inclusiva

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DANIEL SANES
29/06/2023

O processo de inclusão de pessoas com deficiência (PCDs) no sistema de ensino regular brasileiro avançou nos últimos anos. Segundo o último Censo Escolar da Educação Básica, o número de alunos com deficiência, transtornos do espectro autista e altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns chegou a 1,5 milhão em 2022, aumento de 29,3% em relação a 2018.

Mas nem sempre foi assim. Foi a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 205 estabelece como obrigação do Estado oferecer atendimento educacional especializado a pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, que esses alunos começaram a ser tratados sob um ponto de vista mais humanizado. 

E foi somente em 2003, por meio do Programa Educação Inclusiva, que o sistema de ensino deixou de ser segmentado – antes, os alunos eram relegados a salas e escolas específicas.

De lá pra cá, muitas leis foram criadas para assegurar os direitos das PCDs no Brasil. No entanto, ainda hoje a presença de alunos com deficiência no ensino regular é um tema que motiva discussões, inclusive no Congresso. Um dos poucos pontos em comum entre aqueles que defendem a inclusão plena e os que apoiam as escolas especializadas é relativo à importância da capacitação docente para atender esses estudantes.

Leia mais: Como garantir a inclusão de alunos neuroatípicos na escola

Contar com professores que saibam fazer uso de diferentes abordagens pedagógicas frente às necessidades dos alunos com deficiência requer a disponibilização de recursos e equipamentos adequados. É uma missão desafiadora, mas algumas práticas podem ajudar os docentes nessa jornada, como veremos a seguir.

Como estimular a inclusão em sala de aula

Formação continuada 

Os educadores precisam de oportunidades para assimilar novos conhecimentos e habilidades. Para isso, devem ser estimulados a participar de workshops, cursos, seminários e programas de desenvolvimento profissional específicos para abordar questões relacionadas à inclusão, com temas como diversidade, necessidades especiais, adaptações curriculares e estratégias de ensino. 

Compartilhamento de experiências 

É importante criar espaços de colaboração entre os docentes, onde todos compartilhem boas práticas em educação inclusiva. Isso pode ser feito por meio de reuniões regulares, grupos de discussão ou plataformas on-line. Entrando em contato com professores de outras disciplinas, com diferentes relatos e vivências, os educadores adquirem novos conhecimentos que podem ajudá-los a lidar com situações que venham a ocorrer em sua sala de aula.

Leia mais: Trabalhando o autismo e a inclusão na escola

Conteúdo acessível

A implementação de práticas verdadeiramente inclusivas passa pelo conhecimento sobre recursos e materiais educacionais acessíveis. É necessário que os professores aprendam a trabalhar com conteúdos em formatos alternativos, com versões na Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou em Braille, softwares de leitura de texto, recursos de comunicação alternativa e aumentativa, entre outras tecnologias assistivas que possam facilitar o engajamento e o aprendizado dos estudantes.

Apoio individual 

Cada aluno tem necessidades únicas, e os docentes precisam saber como atendê-las. Essa estratégia pode incluir o fornecimento de orientação e suporte por meio de mentoria, colaboração com profissionais de apoio educacional (como psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais) e a criação de planos de ensino individualizado para os alunos portadores de deficiência.

Avaliação e monitoramento 

Os educadores devem recorrer a métodos adaptados, que considerem as diferentes formas de aprendizagem e comunicação dos alunos, além de estabelecer parâmetros para uma avaliação justa e livre de preconceitos. Também é importante monitorar o progresso dos estudantes, levando em consideração suas necessidades individuais e fornecendo um feedback construtivo.

A adoção dessas estratégias só será bem-sucedida se o professor sensibilizar a comunidade escolar como um todo. Ou seja, é preciso levar o debate sobre inclusão e diversidade para eventos e reuniões com pais e responsáveis dos demais alunos, e não apenas dos que tenham alguma deficiência.

Leia mais: Por que aumentar os níveis de inclusão nas escolas brasileiras

Oportunidades e aprendizados para a vida toda

A inclusão de alunos com deficiência no ensino regular está alinhada aos princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que prevê que todas as pessoas tenham o direito fundamental à educação, e ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 4 da ONU, que defende a promoção dessas oportunidades de aprendizagem ao longo da vida. 

Inseridos em um contexto mais plural, as PCDs certamente terão mais oportunidades, tanto no ensino quanto no mercado de trabalho. 

Essa abordagem, diga-se, não se limita à aquisição de conhecimentos acadêmicos. Professores capacitados podem promover o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais de seus alunos, como espírito de colaboração, respeito mútuo, empatia e compreensão das diferenças. 

Nesse sentido, investir em educação inclusiva representa um ganho para todos, com a formação de cidadãos responsáveis e a construção de uma sociedade mais igualitária.

Leia mais: Intolerância religiosa: qual é o papel da escola no combate à discriminação? 


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