fbpx
Prática docente

Dia internacional das Mulheres e Meninas nas Ciências: qual é o papel da escola?

Compartilhe:

PAULA CHIDIAC
10/02/2023

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas nas Ciências é celebrado em 11 de fevereiro para incentivar a igualdade de gênero. Apesar do esforço, fomentado pela ONU desde 2015, estudos recentes indicam que a disparidade entre mulheres e homens nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, na sigla em inglês) ainda é grande, especialmente em cargos de liderança. 

Para que existam mais mulheres na ciência, é fundamental que elas tenham contato com essa área ainda na escola. Pense nisso: em 2022, foram registradas 47,4 milhões de matrículas nas 178,3 mil escolas de educação básica no Brasil. Entre elas, estão milhões de meninas, adolescentes e jovens mulheres – e mais da metade delas não imaginam as áreas STEM como uma possibilidade para si. 

Só que boa parte do problema começa durante a transição do ensino fundamental para o ensino médio. É geralmente nessa fase que as meninas começam a internalizar normas sociais e estereótipos de gênero que impõem profissões de cuidado – dona de casa, enfermeira, professora etc. – como femininas, ao passo que profissões de exatas e científicas – físicos, matemáticos etc. – são taxadas como masculinas.

Portanto, as estatísticas não surpreendem: meninos têm duas vezes mais chances de considerar uma carreira em engenharia em relação às meninas. Pois são estimulados a isso. Não à toa, um levantamento da iniciativa Igualdade STEM, a partir de dados do Censo da Educação Superior, constatou que em 2018 as mulheres eram maioria (56%) no agregado de estudantes cursando o ensino superior. Mas nos cursos das áreas STEM elas eram apenas 30% do total de estudantes.

Leia mais: A diferença entre STEM e STEAM. E sua relação com a PBL

Embora o preconceito seja forte na escola, a solução também passa por ela. Isto é, cabe às instituições de ensino ajudar a desmistificar a crença de que essas áreas pertencem ao sexo masculino. A base desse processo parte da oferta de oportunidades iguais de acesso às ciências. 

Um relatório da UNESCO, intitulado Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática, sugere a revisão dos materiais escolares – cuja representatividade científica é geralmente voltada para homens. Como se trata de um processo pouco trivial, a abordagem crítica do professor é fundamental para amplificar a sensação de pertencimento das garotas nas áreas da ciência.

O texto ainda recomenda que as alunas recebam oportunidades para trabalhar com tecnologia na escola. Para lidar com isso, são necessários docentes capacitados. Pensando na necessidade da constante modernização dos professores, a Academia Rhyzos lançou o curso on-line Potencializando a sala de aula com uso de tecnologia. Nele, os participantes aprendem a tornar o ensino mais atrativo e interativo, e a orientar os alunos para o ensino de ciências da computação.

Também é possível pensar em planos exclusivos para estudantes do sexo feminino. Apresentar modelos de mulheres cientistas e oferecer atividades acadêmicas extracurriculares entram no rol de atividades. Os dados resultantes disso são animadores: escolas apoiadoras de meninas na STEM, e com currículo robusto na área da ciência, apresentam redução de 25% ou mais na disparidade de gênero.

Globalmente, 71% dos pesquisadores universitários são homens. Estima-se que uma mulher consegue um emprego nos campos STEM para cada quatro pessoas do sexo masculino. Na prática, significa que são necessários mais esforços para apoiá-las nessas áreas – e as instituições de ensino não podem ficar de fora da discussão.

Leia mais: Feiras de ciências: cinco eventos para ficar de olho em 2023


Tem uma sugestão de pauta? Quer compartilhar sua experiência em sala de aula, inspirando outros professores? Então escreva pra gente! Você pode fazer isso usando a caixa de comentários abaixo. Ou através de nossas redes sociais – estamos no Facebook, no Instagram e no LinkedIn.  

Comente

Ainda não possui comentários

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Postagens Recentes

Entendendo como o professor pode alinhar as expectativas com seus alunos dentro da sala de aula 

Leia mais

Descobrindo como o ensino bilíngue chegou ao Brasil 

Leia mais

Como o ensino bilíngue pode diferenciar uma escola da outra

Leia mais

Por que adotar práticas ESG nas escolas é crucial para uma geração futura consciente?

Leia mais

Práticas eficazes para gerenciar uma sala de aula bilíngue

Leia mais

Ebook

O Professor 5.0

Postagens Populares

1

O “S” de ESG – e o que isso significa para a educação

Leia mais
2

Como garantir a inclusão de alunos neuroatípicos na escola

Leia mais
3

ChatGPT: 10 prompts poderosos para acelerar sua aprendizagem

Leia mais
4

Feiras de ciências: cinco eventos para ficar de olho em 2023

Leia mais