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Competências

5 maneiras de internacionalizar a educação

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REDAÇÃO RHYZOS
12/05/2023

É comum associar a internacionalização da educação a um determinado nível de ensino (o superior) e a uma língua específica (a inglesa). Mas hoje em dia esse processo não é visto unicamente como um meio de marcar território no campo do desenvolvimento científico. É, também, o caminho para formar cidadãos globais.

Em palestra no estande da Rhyzos Educação, na Bett Brasil 2023, a professora Renata Condi apontou maneiras de promover a internacionalização da educação nas escolas e instituições de ensino superior do Brasil. Com mais de 25 anos de experiência na implementação de programas de ensino bilíngue, a educadora fez questão de ressaltar que, embora o idioma inglês seja predominante nas relações internacionais, é preciso analisar cada contexto.

“Não podemos negar que existe uma demanda de mercado pela língua inglesa, mas também não faz sentido priorizar o idioma se a minha comunidade escolar tem uma demanda maior por espanhol”, argumentou.

“Ao optar por um currículo internacionalizado, precisamos entender não só como construir esse conhecimento, mas como os alunos vão interagir e desenvolver competências.”

Leia mais: Educação em foco: questionamentos e práticas para o ensino bilíngue de qualidade

5 maneiras de internacionalização

Tendo como referência um estudo conduzido pelo professor Kris Magnusson, da Faculdade de Educação da Simon Fraser University, no Canadá, Renata Condi listou as seguintes ideias:

Experiências de mobilidade

Quando falamos em mobilidade e internacionalização na educação, a primeira palavra que vem à cabeça é “intercâmbio”, certo? Mas não precisa – e nem deve – ser assim. “No Brasil, será que é todo mundo que consegue pagar para estudar no exterior?”, questionou Condi.

Hoje, há diversas maneiras de promover a mobilidade internacional. A internet está aí para isso (também). “É preciso criar sistemas de parceria com escolas ‘irmãs’, atuar em rede. Trabalhar fora da caixa e também pensar na questão da decolonialidade. O inglês pode ser utilizado para nos comunicarmos com chineses, nigerianos ou indianos, por exemplo. Essa experiência não é exclusiva a cidadãos de países onde esse é o idioma nativo.”

Parcerias de ensino

Há diversas possibilidades de parceria. Algumas instituições estrangeiras com representação no Brasil promovem gratuitamente cursos para professores e alunos, para que estes desenvolvam determinadas competências. “Tem uma universidade que foca somente em carreiras criativas, com cursos de cinema, edição de vídeo, negócios voltados para essa área. E as parcerias são viabilizadas porque alguém com experiência em determinado assunto optou por compartilhar esse conhecimento”, exemplificou a educadora. Além de formar profissionais qualificados, essa é uma boa forma de mostrar para os alunos que o ensino de outro idioma tem utilidade prática, não é algo que vai ser importante “só lá no futuro”.

Parcerias de pesquisa

O termo “pesquisa” pode remeter ao conhecimento acadêmico do ensino superior, mas há várias escolas de educação básica com programas de iniciação científica. Segundo Condi, essas instituições podem estabelecer parcerias com congêneres de outros países, mas, se fizerem seu trabalho localmente, nada as impede de disseminar esse conhecimento em um segundo idioma. “Compartilhar os resultados é fundamental para o trabalho de divulgação científica”, afirmou.

 Leia mais: O ensino bilíngue – e seus aspectos cognitivos e pedagógicos

Internacionalização do currículo

Programas bilíngues e parcerias com escolas de idiomas são algumas alternativas possíveis nesse sentido. Conforme a educadora, esse aspecto deve levar em conta elementos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que podem agregar valor em termos culturais e no desenvolvimento da cidadania.

“Para mim, um bom exemplo de internacionalização é quando o currículo se propõe a trabalhar os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela ONU), porque mostra que a instituição está integrando uma comunidade global.”

Preparação de educadores e líderes

Trabalhar como gestor ou professor em uma escola que tenha olhar internacionalizado requer uma formação condizente com essa proposta. Segundo Condi, é “ingênuo” acreditar que, pela natureza de sua atividade, os educadores estarão automaticamente capacitados para isso.

Academia Rhyzos, por exemplo, lançou em parceria com o Claretiano – Centro Universitário o curso de extensão “Educação Bilíngue. O objetivo do curso é colocar o docente em contato com o melhor da educação bilíngue, suas teorias e práticas. Além de saber mais a respeito da aquisição de um segundo idioma, o participante vai aprofundar o conhecimento em temas correlatos, como planejamento de aulas, biletramento e avaliação.

Leia mais: O avanço do ensino bilíngue no Brasil. E os benefícios para escolas e estudantes


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