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Prática docente

Não seja um professor ‘spam’. Seja influenciador

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THUINIE DAROS
13/04/2022

Ser capaz de promover o engajamento e o sucesso dos estudantes perpassa pela mudança genuína no modo como os professores conduzam suas atividades pedagógicas. Fazendo uma analogia com o mundo conectado, seria o equivalente a superar o papel de um “professor spam” para se tornar um “professor influenciador”.

Utilizo o termo “spam” apenas para caricaturar aquele professor que utiliza como estratégia de aprendizagem somente o recurso da exposição. Você já tentou interagir com um e-mail spam? Pois é, não tem como. Na maioria das vezes, ele apenas comunica, não há troca. Do lado de cá, damos pouca ou quase nenhuma atenção para compreender o conteúdo do spam. Assim que possível, nós o descartamos, pois ele não desperta nenhum interesse – mesmo que, no fundo, sua mensagem seja realmente interessante. 

Já o termo “influenciador” é usado profissionais que almejam um público fiel e engajado. Em alguma medida, ele tem a capacidade de influenciar a tomada de decisão dos seus seguidores, em especial, pela afinidade com o seu conteúdo. Está sempre focado em conquistar mais adeptos às suas redes, por meio da criação de um relacionamento genuíno e da qualidade da experiência.

Assumir um papel de “professor influenciador”, implica na necessidade de rever a própria prática docente, cotidianamente. O que pode significar uma adequação do trabalho pedagógico de forma que passe a ser uma abordagem mais criativa e ativa capaz de gerar o engajamento do processo de aprendizagem.

Mas como ser um professor influenciador e promover o exercício da inovação, geração de novas ideias e, de fato, desenvolver o potencial criativo e resolutivo dos estudantes?

Aqui, a centralidade no estudante é vital. Ela ocorre por meio da promoção de alternativas pedagógicas que atendam às exigências da contemporaneidade por despertar o protagonismo, a problematização e a contextualização da realidade. Isso viabiliza mais engajamento dos estudantes. Afinal, diante do problema real, eles examinam, refletem, relacionam e atribuem significado às suas descobertas.

Estar engajado é estar envolvido, ocupado e interessado em alguma coisa. Trata-se, sobretudo, sobre o nível da presença física, cognitiva e emocional demonstrada pelo estudante durante a sua experiência de aprendizagem.

Para promover o engajamento e inspirar os estudantes será necessário capturar a atenção e auxiliá-los a transformar suas ideias em realidade. E isso perpassa pela modelagem pedagógica. O professor seleciona cuidadosamente o conteúdo, as estratégias, os recursos e os modelos avaliativos que irão criar condições dos estudantes aprender.

A modelagem pedagógica é um conjunto de premissas teóricas e práticas que representa, explica e orienta a forma como se organiza o currículo, materializam-se as intervenções pedagógicas e no modo como expressam as interações entre os atores do processo (professor/aluno/objeto de estudo). A modelagem pedagógica em uma docência “influenciadora” é um trabalho artesanal.

O que faz um professor influenciador?

  • Estabelece de vínculos com o professor e colegas;
  • Levanta hipóteses sobre o que sabem ou o que esperam aprender;
  • Organiza tarefas que tenham um grau de incerteza, ou seja, tarefas abertas que exigem o esforço para compreender a tarefa antes de escolher uma estratégia para encontrar a solução;
  • Proporciona o acesso a diferentes estratégias e recursos para encontrar uma solução ou para realização de uma atividade;
  • Cria situações de participação dos estudantes por meio de questionamentos e debates;
  • Fomenta situações que permitem a reflexão sobre algo e ainda a explicação sobre o seu processo de pensamento ou compreensão;
  • Administra o tempo para apresentar os resultados e o processo a seus pares.

Em vez de um formato mais convencional, o influenciador oferece uma modelagem pedagógica diferenciada, por meio da incorporação de desafios, reflexões, simulações, resolução de problemas reais, pílulas de aprendizagem, audiobooks e diversas outras formas de atividades práticas. Para que, ao concluir os estudos, o aluno seja capaz de aplicar os conhecimentos em um contexto real pode promover mais aprendizagem decorrente do engajamento.

Como professores da contemporaneidade, precisamos adotar práticas pedagógicas inovadoras, utilizar diferentes recursos tecnológicos para potencializar a aprendizagem, manifestar o desejo por criar, experimentar, prototipar e colocar a mão na massa sendo capaz de ensinar por meio de uma prática inspiradora.


SOBRE A AUTORA

Thuinie Daros é head de cursos híbridos e metodologias ativas da Unicesumar. Seu livro “A sala de aula inovadora” (editora Penso, 2018) já ocupa o primeiro lugar na lista dos mais vendidos na categoria educação – não formal da Amazon. Ela também é autora de “A sala de aula digital” (editora Penso, 2021).

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