fbpx
Competências

2ª Jornada CriAtiva: a relação entre saúde mental e competências

Compartilhe:

ANA CAROLINA STOBBE 
28/10/2022 

A pandemia trouxe imensas transformações positivas na educação – é o caso da adesão às novas tecnologias e metodologias ativas. Por outro lado, a crise sanitária também deixou marcas duradouras. Uma delas diz respeito à saúde mental.  

Segundo um estudo do Instituto Ayrton Senna, 70% dos estudantes paulistas apresentaram quadros de depressão e ansiedade no retorno às aulas presenciais. Embora o recorte do estudo seja regional, acredita-se que o problema ocorra em todo País. O que aumenta a responsabilidade das escolas.  

Até então um ambiente de convivência e ensino-aprendizagem, a instituição agora precisa agir como espaço de cura, com ações de prevenção e manutenção da saúde mental dos estudantes. É o que defende Carolina Campos, fundadora da consultoria de inteligência educacional Vozes Educação. “A saúde se dá em três eixos: físico, social e emocional. Se um aluno está com fome ou mentalmente adoecido, isso vai atrapalhar sua aprendizagem.”, comentou ela, durante apresentação na 2ª Jornada CriAtiva Rhyzos Educação, na quarta-feira (26).  

Gratuito e online, a 2ª edição da Jornada CriAtivaconectou educadores do ensino básico aos conhecimentos de professores e pesquisadores Brasil afora. O evento ocorreu ao longo de três dias, entre 25 e 27 de outubro de 2022.   

Leia mais: Rhyzos promove 2ª Jornada CriAtiva sobre tendências educacionais no Brasil 

Segundo Carolina Campos, é possível reconhecer certos perfis de saúde mental dentro da escola e agir conforme a situação. “Existem pessoas que estão bem ou que estão passando por dificuldades momentâneas. Nesses casos, podemos explorar a prevenção e o ensino de competências socioemocionais”, afirma.  

Se a escola perceber que o problema é sério, é preciso entrar em contato com os pais e recomendar o aluno para um tratamento psicológico.  

Carolina acrescenta que 7 pontos devem ser levados em consideração ao transformar a escola em um espaço saudável e de acolhimento. São eles:  

  1. A liderança, a gestão e os projetos precisam evidenciar a preocupação da escola com a saúde mental do seu ecossistema (incluindo alunos, professores e demais funcionários);  
  1. Uma vez que a escola é um ambiente plural, deve promover os valores de respeito e diversidade;  
  1. É necessária uma ação precoce e um suporte direcionado em questões de saúde mental e bem-estar, contando com o apoio da rede de proteção da escola; 
  1. Assuntos como bem-estar e saúde mental precisam fazer parte do currículo escolar – e, além disso, os professores e funcionários devem receber formação continuada sobre o assunto; 
  1. É importante promover a aprendizagem e o bem-estar dos educadores;  
  1. Os alunos precisam ter voz e ser convidados a participar das decisões escolares, como no conselho de classe; 
  1. Todo um ecossistema pode e deve estar relacionado à escola: pais, comunidade escolar e rede de proteção.  

Ensino de competências socioemocionais no convívio 

A socialização é um processo importante para a formação cidadã. Por isso, os indivíduos passam por duas socializações: a primária, da pessoa em relação com a sua família, e a secundária, quando passa a conviver com pessoas diferentes.  

Boa parte dessa segunda socialização acontece escola. É nesse espaço em que se aprende (ainda mais) a respeitar as divergências e viver em sociedade.  

Leia mais: Escola como espaço de cura 

Durante o webinar Trilhando novas formas de aprender: como despertar a prática e a consciência afetiva nos estudantes, na 2ª Jornada CriAtiva, a pedagoga e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Catarina Gonçalves, relembrou que desde 1999 a UNESCO reconhece o papel da escola enquanto espaço no qual se aprende a conviver.  

“[A escola] é um ambiente de relações sistemáticas entre pares. Acabamos de passar por uma situação traumática coletiva, a pandemia. E, por mais que tenhamos diminuído a letalidade, ainda temos problemas sociais. As relações estão muito difíceis. E os grandes desafios da educação estão nesse âmbito”, avalia.  

Para atenuar essas dificuldades e auxiliar no ensino de competências socioemocionais relacionados à convivência social, a docente da UFPE defende o exercício da empatia. Para Catarina, colocar-se no lugar do outro, sem julgamentos, para compreender diferentes situações e visões de mundo é vital para uma sociedade forte – e para uma escola forte.   

Leia mais: O desenvolvimento socioemocional das crianças no contexto escolar 


Tem uma sugestão de pauta? Quer compartilhar sua experiência em sala de aula, inspirando outros professores? Então escreva pra gente! Você pode fazer isso usando a caixa de comentários abaixo. Ou através de nossas redes sociais – estamos no Facebook, no Instagram e no LinkedIn

Comente

Ainda não possui comentários

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Postagens Recentes

Entendendo como o professor pode alinhar as expectativas com seus alunos dentro da sala de aula 

Leia mais

Descobrindo como o ensino bilíngue chegou ao Brasil 

Leia mais

Como o ensino bilíngue pode diferenciar uma escola da outra

Leia mais

Por que adotar práticas ESG nas escolas é crucial para uma geração futura consciente?

Leia mais

Práticas eficazes para gerenciar uma sala de aula bilíngue

Leia mais

Ebook

O Professor 5.0

Postagens Populares

1

O “S” de ESG – e o que isso significa para a educação

Leia mais
2

Como garantir a inclusão de alunos neuroatípicos na escola

Leia mais
3

ChatGPT: 10 prompts poderosos para acelerar sua aprendizagem

Leia mais
4

Feiras de ciências: cinco eventos para ficar de olho em 2023

Leia mais