Na prática: professora conta como escola abraça a interdisciplinaridade
LILIANE MOURA
28/03/2022
Quando ingressou no Colégio Emilie de Villeneuve, em 2006, a professora de novas tecnologias Tânia Filomena Knittel percebeu que a interdisciplinaridade era rotina no ensino das crianças. Dezesseis anos depois, essa prática permanece. Hoje, Tânia compõe um time de profissionais que elaboram projetos interdisciplinares para todos os anos letivos da escola localizada em São Paulo.
Esse investimento não é à toa. Afinal, está cada vez mais claro que a interdisciplina é mandatória no século 21. “Os problemas do mundo de hoje são simplesmente muito complexos para serem resolvidos usando apenas as ferramentas intelectuais de uma única disciplina acadêmica”, defende o professor Tony Wagner em Creating innovators: the making of young people who will change the world (Criando inovadores: A formação de jovens que mudarão o mundo, sem tradução no Brasil).
No Emilie de Villeneuve, a interdisciplina só acontece por conta da fiel colaboração entre docentes. “Nosso trabalho é sempre em equipe, com muito engajamento. Pensamos na proposta e vamos levantando as ideias para concretizá-la. Pensamos também nos recursos, objetivos, etapas, em que cada componente irá contribuir”, explica.
A troca entre professores acontece tanto de forma presencial quanto virtual. São duas horas de reuniões semanais (remuneradas, inclusive), além do compartilhamento de conteúdo em nuvem e trocas de e-mails.
A professora do Colégio Emilie de Villeneuve ressalta que os projetos interdisciplinares estão relacionados ao que os alunos estudarão ao longo do ano. “A adequação às disciplinas acontece nas reuniões pedagógicas. Um projeto não é igual ao outro, depende muito do tema que será trabalhado”, conta.
Em 2021, por exemplo, alunos do 5º ano elaboraram um e-book de poesias. A atividade envolveu as disciplinas de inglês, artes, português, novas tecnologias e ciências humanas. O projeto foi desenvolvido com a ferramenta SWAY, um tipo de apresentação de slides semelhante ao PowerPoint. Nesta ferramenta, além de gerar um link de compartilhamento, os alunos puderam incrementar o projeto com áudios, vídeos, imagens e textos.
Nessa experiência, Tânia diz que enquanto os professores pensaram no planejamento, os alunos eram responsáveis pela aplicação. “Eles colocaram a mão na massa.”
Ela lembra que atividades interdisciplinares não são limitadas ao fundamental I. Conforme as crianças vão crescendo e se desenvolvendo, os projetos se tornam mais específicos e complexos. Enquanto no 6º ano os alunos encaram uma fase de adaptação etária, onde a postura do estudante é bastante trabalhada, no 8º é momento de sair de conceitos concretos e explorar os abstratos.
Tânia sugere ainda que os professores compartilhem o que estão trabalhando, como projetos e metodologias. “Dessa forma, fica muito fácil trabalhar a interdisciplinaridade na escola”, conclui a professora.
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