5 dicas para maximizar os resultados da sua escola
RICARDO LACERDA
12/05/2022
Todo gestor de escola precisa reconhecer que está à frente de uma empresa, um negócio. E negócios têm como objetivo a rentabilidade, o retorno financeiro para os esforços empreendidos. Caso estejamos falando de uma instituição filantrópica, é preciso, logicamente, reinvestir os resultados em melhorias.
Nesse contexto, jamais se deve deixar de lado o propósito segundo o qual a escola foi criada: a educação, um projeto pedagógico de qualidade. O problema é que muitas instituições reconhecidas pela qualidade que entregam à comunidade esbarram em fatores que limitam seu potencial de crescimento.
Foi sobre os principais obstáculos da gestão escolar, apresentando ideias para maximizar resultados, que Marina Camargo, sócia da Corus Consultores, palestrou no estande da Isaac durante a Bett Brasil 2022. Acompanhe os destaques:
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Formas de expandir
“A gente pode expandir a própria escola explorando novos segmentos. Pode crescer para baixo, abrindo berçário, ou começar por baixo e ir crescendo, por exemplo. Por causa da pandemia, vimos muitas escolas de educação infantil fechando as portas. Por que não adquirir uma delas? Outra forma é abrir uma unidade em outra cidade, ou mesmo outro bairro – nos casos de cidades grandes. E tem ainda os métodos mais agressivos, como vender a escola a um grande fundo de investimento, ou então se associar a outras instituições. Tudo depende do apetite de cada um. Mas o que eu vejo hoje são escolas com um certo receio de buscar a expansão. O gestor pensa que podem pensar mal da instituição, que ela está em dificuldade, como se fosse proibido ganhar dinheiro. Lógico, somos educadores, sonhadores, mas por que não ganhar dinheiro com isso?”
Investimento necessário
“Quem procura crescimento precisa de um financiador, que geralmente é um banco. Mas se for construir uma unidade, ou mesmo expandir a infraestrutura, é possível tomar crédito junto ao BNDES – que cobra juros menores. Outra coisa que considero fundamental é entender a fundo o mercado, os concorrentes. É por isso que recomendo fazer pesquisas de mercado antes de qualquer movimento de expansão. Tem quem ache pesquisa de mercado muito caro, mas é um passo sempre válido. Tem que avaliar bem a região envolvida, ver o que propor de diferente para não ter que batalhar apenas por preço.”
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Dono centralizador
“É comum a figura do dono estar muito presente. Entendo que devemos tentar ao máximo passar a essência, mas não podemos nos iludir e achar que a escola vai ter sempre esse único responsável. É preciso capacitar a equipe para que ela difunda os mesmos valores originais. Costumamos brincar que o portão é uma parte muito importante da escola, pois é a recepção. Ali pode estar a dona da escola, o porteiro, ou quem quer que seja, desde que se crie essa relação próxima, de acolhimento. O dono consegue fazer isso quando a escola é pequeninha, mas quando cresce é normal perder esse controle – só não pode perder a essência. Temos que abrir mão um pouco da personificação e fazer do dono, do fundador, do gestor, uma fonte de inspiração. Aliás, comparo o dono de escola a um bombeiro, pois precisa apagar um incêndio por dia. Mas resolver a fila do carro e consertar o parquinho não são coisas que ele deveria resolver. Ele deve pilotar o negócio, planejar, pensar em inovar, expandir, e não ficar ali com a mangueira virada pro fogo. Quando temos algo muito nosso, cada probleminha se torna algo enorme. E isso limita.”
Coragem para crescer
“Se você tem uma marca forte, por que não pensar em expansão? Vejo as escolas com medo de reconhecer que são boas a ponto de fazer esse movimento. ‘Será que vão nos querer noutra cidade?’, muitos se questionam. Aqui entra em cena algo mais institucional, que passa pela ideia de profissionalização. Claro, sem abrir mão do DNA dessa escola, do seu projeto pedagógico. Quando começa uma expansão, o mais difícil é fazer com que todos da comunidade escolar permaneçam com esse DNA. Para expandir, precisamos estar minimamente estruturados, preparados. Ainda mais nesse momento atual, em que a educação virou a menina dos olhos, em que os bancos e investidores estão todos analisando possibilidades. Tenho clientes questionando se daqui a pouco vai ser inevitável entrar em alguma rede. Não vai, mas ninguém mais pode ter gestão amadora. Ao criar organogramas, torna-se mais fácil fluir, replicar, escalar.”
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Busca de benchmarks
“Criem redes, compartilhem ideias, troquem informações. A gente tem um receio enorme de falar do nosso negócio, e dá para sentir esse temor. Mas os problemas são todos muitos parecidos. A maioria das pessoas quebra a cabeça pensando em como aumentar o ticket médio, em atividades extras, em período integral, em eventos. Por que não abrir a escola no fim de semana para festas infantis, por exemplo, já que o espaço fica ocioso? Dá trabalho, mas prosperar dá trabalho. Tem que pensar em cursos para fora, em atender a comunidade, em colônia de férias. Claro, esse tipo de atividade envolve algum nível de investimento, pois é difícil crescer de maneira econômica.”
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