Dia Nacional do Livro: como incentivar a leitura em uma era digital?
RHYZOS EDUCAÇÃO
28/10/2022
O Dia Nacional do Livro é comemorado em 29 de outubro. A data remonta ao dia, em 1810, que foi fundada a Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro. Um extenso acervo da Real Biblioteca Portuguesa veio para a biblioteca brasileira, que é a maior da América Latina, além de ser considerada pela UNESCO uma das dez maiores do mundo.
A data busca homenagear a importância da leitura para o desenvolvimento de crianças, adolescentes e adultos. No entanto, na era digital, com uso massivo de dispositivos e da internet, incorporar o hábito da leitura pode se tornar desafiador. A boa notícia é que a tecnologia pode ser uma aliada nesse processo.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021 cerca de 155 milhões de brasileiros com mais de 10 anos possuem um celular para uso pessoal. Em contrapartida, nos últimos quatro anos, o País perdeu mais de 4,6 milhões de leitores, conforme o levantamento “Retratos da Leitura no Brasil”, realizado entre 2019 e 2020 pelo Instituto Pró-Livro.
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A pesquisa indica que um dos principais motivos para a perda de leitores é justamente o tempo gasto com internet e redes sociais, especialmente entre pessoas com ensino superior e de maior poder aquisitivo.
Para um de cada três entrevistados, o incentivo de terceiros foi fundamental para que eles desenvolvessem o hábito da leitura. Os professores, ainda de acordo com a pesquisa, são os maiores incentivadores, representando 11%, seguido de mães, com 8%, e depois os pais, com 4%.
Considerando esse cenário, Regina Alves, pedagoga e fundadora da Rede Decisão, grupo educacional responsável pela gestão pedagógica de escolas privadas de educação básica (“K-12”), reforça a importância de estimular o hábito da leitura desde criança, para o desenvolvimento dos processos de aprendizagens.
“Pesquisas ao redor do mundo comprovam que ler contribui significativamente para compreender, sintetizar, analisar e criar conjecturas, além de interpretar o mundo com seus próprios olhos. Por isso, desenvolver projetos criativos que estimulem a leitura ainda na primeira infância é fundamental para que esse hábito não se perca em meio ao digital e conforme a criança cresça”, diz.
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Incentivo das escolas
É importante priorizar a leitura em sala de aula porque ela ajuda incluir esse hábito para além dos muros da escola. Nesse sentido, Regina Alves elenca algumas ações que podem começar com os professores, em diferentes fases do ensino, e ser incorporadas pelas famílias e responsáveis. A ideia é criar recursos lúdicos e divertidos, que configuram maior engajamento dos alunos. Confira a seguir.
- Educação infantil e intercâmbio literário entre alunos: trata-se de um empréstimo de livros entre as turmas. Cada família pode enviar à escola um livro apropriado para a faixa etária. Na sala de aula, os pequenos leitores trocam os livros entre si e podem conversar, trocar experiências sobre as leituras e histórias.
- Ensino Fundamental (anos iniciais): crie um “passaporte” para os alunos, que será uma espécie de documento com todos os registros das leituras concluídas, que podem ser desenhos ou poemas. À medida que o estudante lê os livros, o professor ou familiar pode carimbar esse passaporte, indicando que essa criança já “viajou” para diferentes lugares, dentro do universo da leitura. Deixar os livros paradidáticos expostos nos corredores da escola para fácil acesso com adesivo na primeira página orientando as crianças a após a leitura, caso tenham gostado, indicar a leitura para um colega ou devolverem esses livros ao lugar onde os encontraram, também potencializa o hábito da leitura.
- Ensino Fundamental (no 5º ano): o aluno pode criar sua autobiografia, de acordo com as orientações e diretrizes dos professores. A obra pode ser impressa e entregue aos familiares e responsáveis com uma “noite de autógrafos”, ao fim do ano letivo.
- Ensino Fundamental – anos finais e Ensino Médio: com mais maturidade, os alunos dessa fase podem se aventurar com os materiais paradidáticos, que são livros e obras mais densos, geralmente de autores renomados e que trazem conceitos mais profundos. É importante estabelecer um cronograma dessas leituras e organizar atividades como momentos de discussão e atividades lúdicas, para desenvolver a interpretação e o senso crítico dos jovens.
- Estimular a leitura, mesmo que em dispositivos digitais: é preciso também que os pais se atualizem em relação a alguns conceitos, como a leitura em dispositivos digitais. Isso, muitas vezes, permite, ainda, a leitura de uma quantidade ainda maior de livro. A missão dos pais é estimular a leitura, seja de maneira física ou digital. O leitor, estudante no caso, só tende a sair melhor e mais sábio dessa experiência.
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