O que esperar da Bett Brasil 2022?
ANA CAROLINA STOBBE
07/04/2022
Após duas edições virtuais, a Bett Brasil, maior feira de tecnologia educacional da América Latina, está de volta ao modelo presencial. O evento ocorre no Transamérica Expo Center, em São Paulo, entre os dias 10 e 13 de maio. O Portal Rhyzos estará na Bett Educar e fará uma cobertura especial aos leitores – tanto no site quanto nas redes sociais Facebook, Instagram e LinkedIn.
Em 2022, a Bett Brasil tem como tema “Cocriando a Educação do Futuro”, desenvolvido com base nos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU. As atividades deverão girar em torno de quatro grandes eixos: Inclusão e Diversidade; Gestão Educacional; Competências Socioemocionais e Saúde; e Inovação e Cenários Futuros. Para que mais pessoas tenham acesso ao evento, algumas atividades serão híbridas.
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O evento contará com três atividades simultâneas: o Congresso Bett Brasil, o Fórum de Gestores (no qual será buscado um diálogo entre ensino básico e superior) e as Oficinas de Aprendizagem. No grande pavilhão, diversos expositores vão apresentar novidades, soluções e serviços para os visitantes. Também haverá uma área de startups e de lançamentos de livros, além da segunda edição do prêmio Professor Transformador.
A seguir, confira uma entrevista exclusiva com a diretora de conteúdo da Bett Brasil 2022, Adriana Martinelli.
A entrevista foi editada para efeitos de clareza e compreensão.
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O tema da 27ª Bett Brasil menciona a “educação do futuro”. De que forma esse tema se relaciona com as transformações trazidas pela pandemia no campo educacional?
O momento e o contexto da pandemia abriram espaço para mais perguntas do que respostas. Certamente, as soluções ainda não estão prontas e precisam ser desenhadas de forma coletiva. Por isso, surgiu essa ideia de cocriar o futuro da educação, que, na verdade, é muito mais uma proposta do que um tema.
Existem os quatro “macrotemas” essenciais para essa produção. Um deles aborda habilidades socioemocionais, cuja importância ficou bem visível agora na pandemia, já que ninguém aprende com ansiedade, medo etc. É preciso haver um equilíbrio. Outro tema diz respeito à questão da diversidade e da inclusão, que não compreendemos mais como antigamente, quando se falava em educação especial. Falamos, agora, em inclusão não apenas física, mas de gênero, raça, geração… Enfim, lidamos com todo um processo no qual o mais importante é o favorecimento do respeito às pessoas com suas diferenças. Há, ainda, um pilar voltado à gestão, principalmente sobre como se desenhar estratégias para gerar resultados efetivos em favor da equidade. Isso inclui desde ações dirigida aos gestores educacionais e também aos próprios professores, que gerenciam salas de aula. Por fim, falamos sobre um futuro que precisa ser desenhado no presente: inovação, tecnologia e metodologias disruptivas.
Como você comentou, um dos pilares do evento é a inclusão, que é justamente uma das grandes preocupações dos educadores, pais e alunos. O que esperar desse debate na Bett Brasil?
A inclusão se revelou ainda mais importante nesse momento, justamente porque a tecnologia representou a única forma de se manter a aprendizagem durante a pandemia. Como nem todos tinham acesso a ela, as escolas enfrentaram um grande desafio, principalmente as da rede pública. Por isso, vamos discutir os processos de ensino híbrido no pós-pandemia, além de entender como se pode preservar a aprendizagem guardadas as diferenças e lacunas, que existem e continuarão a existir.
Esse ano trará muitas transformações para o ensino básico, principalmente pelo início da implantação do novo ensino médio. De que forma a Bett Brasil 2022 vai abordar esse tema?
Vamos ter vários painéis e sessões sobre isso, inclusive oficinas sobre metodologias inovadoras, que podem ser implantadas nas eletivas do novo ensino médio. Serão momentos com especialistas que possam trazer experiências práticas, com opções e possibilidades de implantação. Como ainda tem muita coisa sendo testada, a ideia é que tenhamos oportunidades de trocas de experiência, para conseguirmos manter a perspectiva de cocriação. A ideia é colocar essas temáticas em foco para que exista um diálogo sobre elas.
Como vão funcionar essas oficinas?
As oficinas só vão acontecer na programação presencial e elas possuem uma limitação de participantes, justamente por ser um espaço de trabalhos práticos e não apenas de debate e diálogo. Elas abordarão assuntos que orbitam em torno dos quatro pilares do evento e acontecem em salas separadas. É necessário realizar uma pré-inscrição.
Mas também haverão atividades virtuais, certo?
Exato. O momento de pandemia alavancou diversas possibilidades de atuação, não apenas na educação, mas em diferentes setores. A Bett não ficou alheia a isso. Nas duas últimas edições virtuais, nosso público aumentou em cerca de 60%. Então, percebemos que manter uma agenda híbrida amplia o alcance e o impacto das atividades. Pessoas que não teriam condições de deslocamento até o evento poderão participar, ainda que não tão plenamente quanto no presencial. Não vamos fazer uma transmissão online das atividades presenciais, mas teremos eventos exclusivamente virtuais. Dessa forma, conseguiremos atender um número maior de educadores e agentes interessados na educação.
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