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Sala de aula eficaz

Como planejar uma boa âncora para a Aprendizagem Baseada em Projetos

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LARISSA PESSI
21/02/2022

Dá para afirmar, com razoável certeza, que um dos maiores desafios do professor é despertar o interesse dos estudantes na sala de aula. Como solucionar a questão?

A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP ou PBL, sigla em inglês de Project Based Learning) é vista por educadores e especialistas como a forma mais eficiente de envolver crianças, adolescentes e adultos na aprendizagem. Pesquisas também mostram que o rendimento dos alunos melhora com a aprendizagem baseada em projetos. Para alcançar esses resultados, é preciso antes de mais nada um bom planejamento. E isso começa com a definição de uma âncora.

Os fundamentos da âncora  

Qualquer construção precisa de fundações firmes para se manter em pé. Também é assim com a PBL. Com o fornecimento de um embasamento de qualidade por parte do professor, o aluno é sensibilizado sobre um assunto e fica interessado nele. Gerar envolvimento com o problema é, inclusive, ponto central no sucesso da metodologia. Assim, a turma tende a ser mais dedicada em encontrar uma solução.

O ideal é abordar um problema que faça parte do cotidiano do alunado. A âncora, portanto, pode ser entendida como o fundamento do ensino baseado nesse problema.

Chega-se à âncora da PBL por meio da apresentação de narrativas simples de um a dois parágrafos, trechos de uma notícia ou de um vídeo interessante que apresente o problema. Outra possibilidade é trazer o debate levantado por um membro da sociedade (um grupo político, por exemplo). Isso, claro, só é possível por meio de pesquisa. “É preciso pesquisar artigos de referência para apresentar temas atualizados, motivadores e que de fato tenham potencial para engajar os alunos”, afirma Renata Perrenoud, co-fundadora e diretora de inovação da Inovatio Educação.

PBL em etapas

A Aprendizagem Baseada em Projetos transforma os estudantes em protagonistas do processo de ensino e proporciona experiências práticas, mais interessantes do que as típicas aulas expositivas. Os professores, por sua vez, também assumem o novo papel de conduzir a construção de conhecimento e do desenvolvimento de habilidades socioemocionais – em vez de agirem como detentores do conteúdo.

Para atingir os objetivos, a PBL deve seguir outras etapas além da âncora – sempre com prazo determinado para cada uma delas, que são:

  • Artefatos: apresentação de possíveis soluções para o problema apresentado;
  • Questão motriz/norteadora: definida a partir da âncora, dos objetivos e dos artefatos do projeto;
  • Aprendizagem expedicionária: realização de atividades fora da sala de aula, como visitas a lugares relacionados ao problema a ser solucionado;
  • Turma ativa/protagonista: momentos em que os alunos demonstram poder de decisão;
  • Tecnologia em ação: incentivo ao uso de meios tecnológicos na busca por uma solução, quando adequado e possível;
  • Procedimentos: propostas de estudo e pesquisa (investigações, webquests, demonstrações, mapas conceituais, palestras, diário de bordo, entre outras);
  • Feedback: docente e alunos discutem o trabalho feito até então, bem como se os objetivos foram atingidos;
  • Apresentação final: deve abordar o caminho trilhado até chegar à solução do problema, que pode ser a produção de um jornal, blog ou revista, por exemplo.

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