fbpx
Gestão escolar

Como valorizar os professores da minha escola? 

Compartilhe:

OTÁVIO BARRETO ROSSO 
19/09/2022 

A necessidade de valorização dos professores está entre os temas mais discutidos no cenário educacional brasileiro há tempos. De acordo com o relatório “A Educação no Brasil: Uma perspectiva Internacional”, publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), menos de 20% dos docentes no País estão satisfeitos com o salário que recebem. Para piorar a situação, os problemas costumam ir além do aspecto monetário. 

Os desafios enfrentados estão na rotina diária de trabalho, como o baixo nível de engajamento dos alunos, atos recorrentes de indisciplina, infraestrutura deficiente e pouco apoio recebido por parte dos gestores. A boa notícia é que algumas atitudes relativamente simples podem ajudar a contornar a situação.  

Confira, a seguir, três dicas para valorizar os professores em sua instituição de ensino: 

1. Ouça os professores 

O diálogo é peça-chave em qualquer relação de trabalho. Em todos os ambientes profissionais, a opinião dos funcionários precisa ser levada em consideração pelos gestores. Assim, os processos internos tendem a funcionar de maneira mais eficiente e coesa. A regra também se aplica à rotina de uma escola, onde uma relação de confiança entre gestores e docentes é essencial para garantir o melhor ensino possível. 

O primeiro passo é dar valor às tradicionais reuniões pedagógicas. Apesar de serem recorrentes no ambiente escolar, esses encontros são vistos em algumas ocasiões apenas como um aspecto burocrático a ser cumprido. No entanto, é nesse espaço que os professores comunicam suas demandas aos gestores, que por sua vez conseguem informações valiosas sobre os processos pedagógicos. Nesse sentindo, é essencial que diretores e coordenadores coloquem em prática o que foi combinado nas reuniões. 

Os benefícios de estabelecer um diálogo constante com o grupo de professores não se resumem aos resultados pedagógicos. Por meio de conversas, as lideranças também conseguem identificar possíveis descontentamentos e desgastes que os docentes podem sofrer – colaborando com a melhora das relações de trabalho e da própria qualidade de vida de todos. 

Leia mais: Burnout: é hora de levar a sério o esgotamento dos professores 

2. Promova capacitação profissional 

A qualificação profissional é uma das principais formas de valorizar os funcionários de uma instituição de ensino. Além de colaborar com a melhora no desempenho em tarefas diárias, as capacitações influenciam de maneira positiva o ambiente de trabalho e aumentam a produtividade. Na área da educação, apesar desses benefícios serem ainda mais importantes para o desempenho dos professores, a qualificação segue distante do ideal. 

Ainda de acordo com a OCDE, o índice de professores com pós-graduação atuando no ensino básico brasileiro é muito menor do que a média verificada nos países-membros da organização. Apenas 6% dos docentes brasileiros possuem qualificações como mestrados e doutorados, enquanto a média dos países da OCDE é de 46%. Esses indicadores deixam o Brasil distante das metas traçadas pelo Plano Nacional da Educação (PNE), que previa, no mínimo, 50% dos docentes brasileiros com pós-graduação até 2024. 

Diante do quadro atual, a ação dos gestores para garantir a formação continuada dos professores é fundamental. A realização de palestras, workshops, oficinas e reuniões tende a estimulá-los a buscar outras formas de capacitação. Além disso, diversos cursos online, que podem ser facilmente acessados, colaboram com a qualificação docente. Logo, é dever dos gestores estimular a busca por esses recursos, podendo ainda estabelecer parcerias com empresas que ofereçam capacitação a profissionais da educação. 

Leia mais: Nos EUA, cidades pagam professores com base na qualidade. Funciona? 

3. Dê espaço para os professores exercerem suas potencialidades 

Quando um profissional está realizando uma atividade que aprecia e domina, sua produtividade tende a aumentar. Dar mais autonomia aos funcionários no espaço trabalho melhora as relações e aumenta a satisfação com o emprego. Conceitos assim são facilmente aplicáveis em sala de aula. 

Uma maior autonomia aos professores permite a eles explorar ao máximo suas potencialidades. Para tanto, os gestores devem dar suporte à realização de projetos e outras inciativas elaboradas e sugeridas pelos próprios docentes. Porém, isso deve ser feito sem deixar de seguir os planos pedagógicos da escola e levando em consideração as particularidades de cada turma. 


Tem uma sugestão de pauta? Quer compartilhar sua experiência em sala de aula, inspirando outros professores? Então escreva pra gente! Você pode fazer isso usando a caixa de comentários abaixo. Ou através de nossas redes sociais – estamos no Facebook, no Instagram e no LinkedIn.  

Comente

Ainda não possui comentários

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Postagens Recentes

Entendendo como o professor pode alinhar as expectativas com seus alunos dentro da sala de aula 

Leia mais

Descobrindo como o ensino bilíngue chegou ao Brasil 

Leia mais

Como o ensino bilíngue pode diferenciar uma escola da outra

Leia mais

Por que adotar práticas ESG nas escolas é crucial para uma geração futura consciente?

Leia mais

Práticas eficazes para gerenciar uma sala de aula bilíngue

Leia mais

Ebook

O Professor 5.0

Postagens Populares

1

O “S” de ESG – e o que isso significa para a educação

Leia mais
2

Como garantir a inclusão de alunos neuroatípicos na escola

Leia mais
3

ChatGPT: 10 prompts poderosos para acelerar sua aprendizagem

Leia mais
4

Feiras de ciências: cinco eventos para ficar de olho em 2023

Leia mais